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ROCK
A revista em espanhol terá tiragem inicial de 70 mil exemplares; Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile também receberão a publicação
"Rolling Stone' já tem a sua versão argentina
LÉO GERCHMANN
de Buenos Aires
Não é à toa que os Rolling Stones, depois das cinco apresentações ocorridas na semana passada,
chegaram ao primeiro (300 mil
pessoas, em 1995) e segundo lugares (295 mil pessoas, em 1998) no
ranking dos músicos e bandas, nacionais e estrangeiros, que mais
atraíram o público argentino aos
seus shows.
Também não é por acaso que os
Stones receberam oficialmente o
título de portenhos "adotivos" e
definiram o público argentino como o melhor do mundo.
A alma roqueira do portenho,
capaz de fazer Mick Jagger e Keith
Richards se sentirem em casa, foi
determinante para que ocorresse
em Buenos Aires o lançamento de
um dos principais símbolos da
cultura pop: a revista "Rolling Stone".
Agora na sua versão espanhola, a
publicação terá metade do seu
conteúdo dedicado a assuntos relacionados à música e ao comportamento da Argentina.
Já havia, além da "Rolling Stone"
em inglês, a versão alemã. Desde o
último dia 25 de março, a versão
em espanhol está nas bancas de
Buenos Aires.
A revista tem tiragem inicial de
70 mil exemplares e um preço de
capa de US$ 4,50.
O Brasil ainda está fora do circuito. A "Rolling Stone" será distribuída na Argentina, Uruguai,
Paraguai, Bolívia e Chile.
A expectativa é de que, num curto espaço de tempo, o mercado seja ampliado para toda a América
Latina.
A revista surgiu em 1967, ano em
que os Beatles gravaram "Sargent
Peppers". Era o psicodelismo. Os
textos tratavam de rock.
Aos poucos, porém, o que era
música foi se firmando como
comportamento. E a revista também. Com assinaturas de Norman
Mailer e William Burroughs, tornou-se porta-voz da contracultura.
Redação própria
Em termos gráficos, a versão em
espanhol é similar à inglesa, mas a
metade das matérias será de produção própria da redação argentina.
Haverá, assim como na versão
norte-americana fundada há 21
anos, preferências por longas entrevistas sobre temas polêmicos,
que vão da música a política.
Na primeira edição, que traz
Charly García (o principal nome
do rock argentino) na capa e Mick
Jagger na contracapa, há um artigo sobre a polícia de Buenos Aires,
reportagem sobre os Rolling Stones e uma entrevista com a atriz
Kate Winslet, de "Titanic".
A "Rolling Stone" argentina terá
uma redação própria montada pelo grupo La Nación, responsável
pelo jornal "La Nación", concorrente direto do "Clarín".
O objetivo é atingir um público
que vai dos 18 aos 40 anos.
Um dos pontos tidos como dos
mais atraentes para os públicos de
diversas gerações, segundo os editores, é a lista dos 200 discos de
rock essenciais na história do
rock.
Haverá competição direta da
"Rolling Stone" com a francesa
"Unrockuptibles", que aborda temas culturais e anos atrás também
encontrou na Argentina um mercado desejoso de matérias sobre
música e comportamento rock'n
roll.
A "Unrockuptibles" é mensal e,
passado poucos anos do seu lançamento nas bancas portenhas,
ocorrido na metade de 1996, tem
suas edições geralmente esgotadas, o que comprova o acerto em
apostar no público de Buenos Aires.
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