São Paulo, sexta, 10 de abril de 1998

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ROCK
A revista em espanhol terá tiragem inicial de 70 mil exemplares; Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile também receberão a publicação
"Rolling Stone' já tem a sua versão argentina

LÉO GERCHMANN
de Buenos Aires

Não é à toa que os Rolling Stones, depois das cinco apresentações ocorridas na semana passada, chegaram ao primeiro (300 mil pessoas, em 1995) e segundo lugares (295 mil pessoas, em 1998) no ranking dos músicos e bandas, nacionais e estrangeiros, que mais atraíram o público argentino aos seus shows.
Também não é por acaso que os Stones receberam oficialmente o título de portenhos "adotivos" e definiram o público argentino como o melhor do mundo.
A alma roqueira do portenho, capaz de fazer Mick Jagger e Keith Richards se sentirem em casa, foi determinante para que ocorresse em Buenos Aires o lançamento de um dos principais símbolos da cultura pop: a revista "Rolling Stone".
Agora na sua versão espanhola, a publicação terá metade do seu conteúdo dedicado a assuntos relacionados à música e ao comportamento da Argentina.
Já havia, além da "Rolling Stone" em inglês, a versão alemã. Desde o último dia 25 de março, a versão em espanhol está nas bancas de Buenos Aires.
A revista tem tiragem inicial de 70 mil exemplares e um preço de capa de US$ 4,50.
O Brasil ainda está fora do circuito. A "Rolling Stone" será distribuída na Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile.
A expectativa é de que, num curto espaço de tempo, o mercado seja ampliado para toda a América Latina.
A revista surgiu em 1967, ano em que os Beatles gravaram "Sargent Peppers". Era o psicodelismo. Os textos tratavam de rock.
Aos poucos, porém, o que era música foi se firmando como comportamento. E a revista também. Com assinaturas de Norman Mailer e William Burroughs, tornou-se porta-voz da contracultura.
Redação própria

Em termos gráficos, a versão em espanhol é similar à inglesa, mas a metade das matérias será de produção própria da redação argentina.
Haverá, assim como na versão norte-americana fundada há 21 anos, preferências por longas entrevistas sobre temas polêmicos, que vão da música a política.
Na primeira edição, que traz Charly García (o principal nome do rock argentino) na capa e Mick Jagger na contracapa, há um artigo sobre a polícia de Buenos Aires, reportagem sobre os Rolling Stones e uma entrevista com a atriz Kate Winslet, de "Titanic".
A "Rolling Stone" argentina terá uma redação própria montada pelo grupo La Nación, responsável pelo jornal "La Nación", concorrente direto do "Clarín".
O objetivo é atingir um público que vai dos 18 aos 40 anos.
Um dos pontos tidos como dos mais atraentes para os públicos de diversas gerações, segundo os editores, é a lista dos 200 discos de rock essenciais na história do rock.
Haverá competição direta da "Rolling Stone" com a francesa "Unrockuptibles", que aborda temas culturais e anos atrás também encontrou na Argentina um mercado desejoso de matérias sobre música e comportamento rock'n roll.
A "Unrockuptibles" é mensal e, passado poucos anos do seu lançamento nas bancas portenhas, ocorrido na metade de 1996, tem suas edições geralmente esgotadas, o que comprova o acerto em apostar no público de Buenos Aires.




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