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MODA
Designer traz coleção extrovertida para a inauguração da primeira loja da famosa joalheria americana no país, em SP
Paloma Picasso leva glamour à Tiffany
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
O rosto não esconde os sinais do
tempo e uma vida reluzente transparece sob seus traços, em seu
olhar vivo, no sorriso elegante e
na expressão alegre. A presença
única de Paloma Picasso se completa com o conjunto de anel, colar e brincos de ouro com grandes
pedras coloridas que a designer
usava na manhã de terça, quando
recebeu a imprensa para um
"breakfast" na Tiffany.
O trocadilho com o título do filme famoso (que no Brasil virou
"Bonequinha de Luxo") serviu
para marcar, ao som de trombetas, a abertura da primeira loja da
joalheria americana no Brasil, no
shopping Iguatemi (av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano). Comemorando 20 anos
como designer da Tiffany, a filha
do pintor Pablo Picasso visita o
Brasil mais uma vez, portanto.
"A última vez que estive aqui foi
em 1984", disse a designer. "São
Paulo já era uma cidade grande,
agora está ainda maior", completou, com sua fala tranquila.
Paloma se mostra empolgada
com a chegada da joalheria ao
país, já que vê identificações entre
seu estilo pessoal e o das mulheres
brasileiras. "Somos latinos, e o
gosto das brasileiras é bem parecido com o meu. Gosto de peças
grandes, extrovertidas. Agora
posso criar pensando nas consumidoras brasileiras", disse a designer, que tem em São Paulo características peças com ametistas
e turmalinas rosas e verdes.
Paloma diz que as americanas
são mais discretas e as japonesas,
com quem a Tiffany tem bastante
alcance, preferem peças pequenas. "Mas as mulheres no Japão
estão mudando muito... Pensei
que eu fosse parecida com as japonesas, até que um dia, no Japão,
me vestiram de gueixa. Quando vi
a foto e vi meu nariz, entendi que
não tenho nada de japonesa..."
Uma certa extravagância discreta de fato é marca de Paloma Picasso, célebre também pelo perfume e pelo batom que levam seu
nome. Se a designer entrou para a
joalheria pelas mãos de Yves Saint
Laurent -que logo no início de
carreira a contratou para desenhar para sua marca-, Paloma
brilhou no jet set dos anos 70 sob
o teto do Studio 54 e, nos 80, estabeleceu-se como ícone de estilo.
Agora, com 52 anos completados em abril, a designer diz que
não acompanha a moda e não se
interessa por nenhum estilista em
particular. Nem precisa. A designer projeta seu status de diva
atemporal para seu trabalho e seu
estilo e também se prepara para
lançar um novo perfume, no ano
que vem.
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