São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2001

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MODA

Designer traz coleção extrovertida para a inauguração da primeira loja da famosa joalheria americana no país, em SP

Paloma Picasso leva glamour à Tiffany

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

O rosto não esconde os sinais do tempo e uma vida reluzente transparece sob seus traços, em seu olhar vivo, no sorriso elegante e na expressão alegre. A presença única de Paloma Picasso se completa com o conjunto de anel, colar e brincos de ouro com grandes pedras coloridas que a designer usava na manhã de terça, quando recebeu a imprensa para um "breakfast" na Tiffany.
O trocadilho com o título do filme famoso (que no Brasil virou "Bonequinha de Luxo") serviu para marcar, ao som de trombetas, a abertura da primeira loja da joalheria americana no Brasil, no shopping Iguatemi (av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano). Comemorando 20 anos como designer da Tiffany, a filha do pintor Pablo Picasso visita o Brasil mais uma vez, portanto.
"A última vez que estive aqui foi em 1984", disse a designer. "São Paulo já era uma cidade grande, agora está ainda maior", completou, com sua fala tranquila.
Paloma se mostra empolgada com a chegada da joalheria ao país, já que vê identificações entre seu estilo pessoal e o das mulheres brasileiras. "Somos latinos, e o gosto das brasileiras é bem parecido com o meu. Gosto de peças grandes, extrovertidas. Agora posso criar pensando nas consumidoras brasileiras", disse a designer, que tem em São Paulo características peças com ametistas e turmalinas rosas e verdes.
Paloma diz que as americanas são mais discretas e as japonesas, com quem a Tiffany tem bastante alcance, preferem peças pequenas. "Mas as mulheres no Japão estão mudando muito... Pensei que eu fosse parecida com as japonesas, até que um dia, no Japão, me vestiram de gueixa. Quando vi a foto e vi meu nariz, entendi que não tenho nada de japonesa..."
Uma certa extravagância discreta de fato é marca de Paloma Picasso, célebre também pelo perfume e pelo batom que levam seu nome. Se a designer entrou para a joalheria pelas mãos de Yves Saint Laurent -que logo no início de carreira a contratou para desenhar para sua marca-, Paloma brilhou no jet set dos anos 70 sob o teto do Studio 54 e, nos 80, estabeleceu-se como ícone de estilo.
Agora, com 52 anos completados em abril, a designer diz que não acompanha a moda e não se interessa por nenhum estilista em particular. Nem precisa. A designer projeta seu status de diva atemporal para seu trabalho e seu estilo e também se prepara para lançar um novo perfume, no ano que vem.


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