São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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DOCUMENTÁRIO

Especial foca no verdadeiro agente 007

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

A série 007 e a franquia "Missão: Impossível" tornaram familiar para o grande público a figura do agente secreto a serviço de delicadas -e às vezes pouco nobres- razões de Estado, na pele de James Bond (na linhagem de atores que vai de Sean Connery a Daniel Craig) e Ethan Hunt (Tom Cruise). Muito mais fascinante do que eles, no entanto, era Sidney Reilly, ou Sigmund Rosenblum, espião inglês que teria inspirado o escritor Ian Flemming na criação de 007.
"A Vida de Reilly, o Superespião", episódio de hoje, às 21h, da série "Desaparecidos", do THC, apresenta a trajetória desse judeu russo e poliglota cujos rastros foram vistos pela última vez na década de 20. Na ocasião, ele agia para desestabilizar o governo soviético, mas é provável que Stálin e seu serviço de inteligência tenham sido mais rápidos e eficientes. O documentário sustenta, no entanto, que não há dados suficientes para estabelecer o que, onde (os soviéticos afirmaram que ele tentava fugir pela Finlândia) e como teria ocorrido.
Reilly não era exibicionista como o personagem criado por Flemming a partir de seus traços, embora fosse mulherengo e aproveitasse a vida enquanto trabalhava. Além disso, pertenceu a uma época que ainda não era a das imagens. Diante dessas dificuldades, vê-se bem pouco dele mesmo no programa.
Ilustra-se a sua história com os grandes eventos e líderes políticos de seu tempo, o que responde por um bocado da mitologia que o cerca: Reilly (interpretado por Sam Neill em minissérie de 1983) quase sempre esteve no olho do furacão quando o mundo era redesenhado. Para dar um toque de ambigüidade (e aqui já estaríamos no universo dos espiões criado pelo escritor Graham Greene), o documentário lembra que ele foi acusado por seus colegas britânicos de ser agente duplo.


A Vida de Reilly, o Superespião
Quando: hoje, às 21h, no The History Channel


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