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Herval Rossano morre aos 72 em SP
Diretor das duas versões televisivas de "Escrava Isaura" -da Globo, em 1976, e da Record, em 2004- sofria de doenças cardíacas
Galã de cinema nos anos 60, Rossano dirigiu "Dona Beija" e
a primeira versão de "Cabocla'; era casado havia
dois anos com Mayara Magri
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O diretor de TV Herval Rossano morreu na madrugada de
ontem, em São Paulo, aos 72
anos, quando seu coração sofreu uma falência, segundo seu
médico particular. Ele, que dirigiu importantes obras como
as versões de "Escrava Isaura"
-na Globo, em 1976, e na Record, em 2004-, convivia havia
anos com doenças cardíacas.
O corpo de Rossano foi velado desde as 5h30 na Beneficência Portuguesa, onde ficaria até
as 16h, e seria cremado às 17h
no Crematório de Vila Alpina
(zona leste). Ele morreu dormindo, por volta de 1h, em casa.
O diretor havia se mudado
para São Paulo para viver com a
atual mulher, a atriz Mayara
Magri, 45, com quem se casara
havia dois anos. Segundo ela,
Rossano estava aparentemente
bem, pois eles conversaram sobre o futuro antes de dormir.
O diretor também foi casado
com a atriz Nívea Maria, 60,
com quem ficou durante 27
anos. A ex-mulher, que permaneceu a manhã toda incomunicável por telefone, chegou ao
velório por volta das 13h20,
mas não falou com a imprensa.
Em 2001, Rossano sofreu um
infarto que quase o matou. Por
isso, passou oito meses em casa, numa estrutura hospitalar
montada especialmente, sem
poder andar. Quem cuidou dele
foi a ex-mulher, até que, em
2002, eles se divorciaram.
Seu último trabalho na televisão foi em 2006, na novela
"Cristal", do SBT. Na emissora
paulista, ele foi diretor do núcleo de teledramaturgia.
Nascido em 1935 na cidade
de Campos, no Rio de Janeiro,
ele dirigiu mais de 40 programas de TV, entre novelas e seriados, e atuou em mais de 30
obras, inclusive no cinema. Em
1971, foi diretor de programação da extinta TV Tupi.
Entre seus trabalhos na TV
estão "Salomé" (1991) e "A Gata
Comeu" (1985), além da primeira versão de "Cabocla"
(1979), todas na Globo. Nos
anos 50 e 60, ele era considerado um galã de cinema.
Atualmente, o remake "A Escrava Isaura" dirigido por Rossano está sendo reexibido durante a tarde na Record.
"Foi uma experiência muito
feliz. Eu tinha uma grande responsabilidade, pois o mundo
queria ver a nova versão da
Isaura. Me senti muito amparada e segura com ele, que sempre cuidou de mim e dos atores", disse Bianca Rinaldi, a escrava branca da atual versão.
Patrícia França, que trabalhou com ele no remake, lembrou a personalidade forte, porém sensível. "Eu admirava a
maneira como ele conduzia a
novela, já com a saúde debilitada e na idade que estava."
Para Maitê Proença, que trabalhou com Rossano em "Dona
Beija", seu principal mérito foi
fazer o país trocar de canal para
assistir à novela, exibida na extinta Rede Manchete, em 1986.
"Herval era um homem determinado com enorme poder de
trabalho. Em "Dona Beija", ele
abriu uma transamazônica
com uma pá de areia -e nos fez
todos felizes; nós de sua equipe,
e o Brasil, que trocou de canal
para ver o resultado de seu talento. Tinha um gênio truculento e um imenso coração.
Vou sentir saudade", disse a atriz à Folha ontem, ao saber
da morte.
(MARCELO BARTOLOMEI)
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