São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2007

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Herval Rossano morre aos 72 em SP

Diretor das duas versões televisivas de "Escrava Isaura" -da Globo, em 1976, e da Record, em 2004- sofria de doenças cardíacas

Galã de cinema nos anos 60, Rossano dirigiu "Dona Beija" e a primeira versão de "Cabocla'; era casado havia dois anos com Mayara Magri


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O diretor de TV Herval Rossano morreu na madrugada de ontem, em São Paulo, aos 72 anos, quando seu coração sofreu uma falência, segundo seu médico particular. Ele, que dirigiu importantes obras como as versões de "Escrava Isaura" -na Globo, em 1976, e na Record, em 2004-, convivia havia anos com doenças cardíacas.
O corpo de Rossano foi velado desde as 5h30 na Beneficência Portuguesa, onde ficaria até as 16h, e seria cremado às 17h no Crematório de Vila Alpina (zona leste). Ele morreu dormindo, por volta de 1h, em casa.
O diretor havia se mudado para São Paulo para viver com a atual mulher, a atriz Mayara Magri, 45, com quem se casara havia dois anos. Segundo ela, Rossano estava aparentemente bem, pois eles conversaram sobre o futuro antes de dormir.
O diretor também foi casado com a atriz Nívea Maria, 60, com quem ficou durante 27 anos. A ex-mulher, que permaneceu a manhã toda incomunicável por telefone, chegou ao velório por volta das 13h20, mas não falou com a imprensa.
Em 2001, Rossano sofreu um infarto que quase o matou. Por isso, passou oito meses em casa, numa estrutura hospitalar montada especialmente, sem poder andar. Quem cuidou dele foi a ex-mulher, até que, em 2002, eles se divorciaram.
Seu último trabalho na televisão foi em 2006, na novela "Cristal", do SBT. Na emissora paulista, ele foi diretor do núcleo de teledramaturgia.
Nascido em 1935 na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, ele dirigiu mais de 40 programas de TV, entre novelas e seriados, e atuou em mais de 30 obras, inclusive no cinema. Em 1971, foi diretor de programação da extinta TV Tupi.
Entre seus trabalhos na TV estão "Salomé" (1991) e "A Gata Comeu" (1985), além da primeira versão de "Cabocla" (1979), todas na Globo. Nos anos 50 e 60, ele era considerado um galã de cinema.
Atualmente, o remake "A Escrava Isaura" dirigido por Rossano está sendo reexibido durante a tarde na Record.
"Foi uma experiência muito feliz. Eu tinha uma grande responsabilidade, pois o mundo queria ver a nova versão da Isaura. Me senti muito amparada e segura com ele, que sempre cuidou de mim e dos atores", disse Bianca Rinaldi, a escrava branca da atual versão.
Patrícia França, que trabalhou com ele no remake, lembrou a personalidade forte, porém sensível. "Eu admirava a maneira como ele conduzia a novela, já com a saúde debilitada e na idade que estava."
Para Maitê Proença, que trabalhou com Rossano em "Dona Beija", seu principal mérito foi fazer o país trocar de canal para assistir à novela, exibida na extinta Rede Manchete, em 1986. "Herval era um homem determinado com enorme poder de trabalho. Em "Dona Beija", ele abriu uma transamazônica com uma pá de areia -e nos fez todos felizes; nós de sua equipe, e o Brasil, que trocou de canal para ver o resultado de seu talento. Tinha um gênio truculento e um imenso coração. Vou sentir saudade", disse a atriz à Folha ontem, ao saber da morte. (MARCELO BARTOLOMEI)


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