São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997.



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Elba tropeça em versões

da Redação

Em "Baioque", Elba Ramalho agrega-se ao projeto emepebista de guinada em direção ao próprio umbigo. O CD centra foco em releituras de peças bem conhecidas do baú nacional. Mas o resultado tende ao convencional, à pasteurização artificiosa dos originais.
Alguns dos temas escolhidos transbordam de afinidade com a persona que Elba vem constituindo ao longo de sua carreira. É o caso de "Pavão Mysteriozo", de Ednardo, "Vila do Sossego", de Zé Ramalho, ou mesmo a muito batida "Baioque", de Chico Buarque.
Em momentos intermediários, Elba abusa do kitsch ("S.O.S.", de Raul Seixas, ou "Paralelas", de Belchior, em versão que perde em consistência até para a de Vanusa).
Elba desmente suas origens assimilando a tropicália de Caetano ("Os Argonautas") e Gil ("Vamos Fugir", ex-reggae, hoje uma exótica garatuja reggae-xote-baião), autores que pouquíssimo têm a ver com sua voz.
Os arranjos, em geral, abusam da banalidade. Feitos sob a batuta de Robertinho do Recife -também presente no disco de Zé Ramalho-, parecem opção da própria Elba. Pior para ela -e para seus ouvintes. (PAS)

Disco: Baioque
Artista: Elba Ramalho
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 18, em média



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