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Elba tropeça em versões
da Redação
Em "Baioque", Elba Ramalho
agrega-se ao projeto emepebista
de guinada em direção ao próprio
umbigo. O CD centra foco em releituras de peças bem conhecidas
do baú nacional. Mas o resultado
tende ao convencional, à pasteurização artificiosa dos originais.
Alguns dos temas escolhidos
transbordam de afinidade com a
persona que Elba vem constituindo ao longo de sua carreira. É o caso de "Pavão Mysteriozo", de Ednardo, "Vila do Sossego", de Zé
Ramalho, ou mesmo a muito batida "Baioque", de Chico Buarque.
Em momentos intermediários,
Elba abusa do kitsch ("S.O.S.", de
Raul Seixas, ou "Paralelas", de
Belchior, em versão que perde em
consistência até para a de Vanusa).
Elba desmente suas origens assimilando a tropicália de Caetano
("Os Argonautas") e Gil ("Vamos Fugir", ex-reggae, hoje uma
exótica garatuja reggae-xote-baião), autores que pouquíssimo têm a ver com sua voz.
Os arranjos, em geral, abusam da
banalidade. Feitos sob a batuta de
Robertinho do Recife -também
presente no disco de Zé Ramalho-, parecem opção da própria
Elba. Pior para ela -e para seus
ouvintes.
(PAS)
Disco: Baioque
Artista: Elba Ramalho
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 18, em média
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