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Em reunião, secretário municipal das Culturas e artistas discutiram a reformulação do programa
Rio Arte aceita finalistas, mas mudará bolsas
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário municipal das Culturas do Rio de Janeiro, Ricardo
Macieira, decidiu que os finalistas
do concurso para bolsas da Rio
Arte -interrompido em maio
para formulação de novas regras- terão seus lugares garantidos na disputa. A determinação
foi anunciada após reunião com
uma comissão de artistas, anteontem, na sede da secretaria.
No encontro, estiveram presentes sete representantes de teatro,
dança e literatura. Eles falavam
em nome das 79 pessoas que passaram para a segunda fase do processo de seleção para o programa
deste ano. Até 2002, a Rio Arte
concedia 25 bolsas anuais para
projetos artísticos, de criação e
pesquisa nas categorias de artes
cênicas, música, artes visuais,
dança e literatura. A partir do próximo programa, serão 30.
Os ganhadores do concurso recebem R$ 1.500 mensais. Ao fim
de um ano, devem apresentar o
resultado. Mas o prazo pode ser
prorrogado por mais 12 meses.
A interrupção do concurso se
deu para que as regras pudessem
ser reformuladas. A avaliação do
secretário era que as bolsas acabavam privilegiando somente pessoas de classe média alta, "moradoras da zona sul do Rio", segundo Macieira. Para ele, o propósito
de incentivar a cultura nas áreas
populares e carentes da cidade
acabava não se cumprindo.
Um dos fatores que, segundo a
secretaria, contribuíam para a seleção era a exigência de "notório
saber". Também era requerido
que o candidato tivesse pelo menos uma obra publicada e apresentasse duas cartas de referência
"fornecidas por pessoas de indiscutível reputação no campo cultural a que o projeto se vincula".
Além disso, o índice de trabalhos não concluídos era muito alto. Segundo levantamento da secretaria, 25% das bolsas fornecidas desde 1995 não resultaram em
trabalhos apresentados, tampouco o dinheiro foi devolvido.
Uma das propostas feitas pela
comissão da classe artística é separar as vagas para "novatos" e
"pessoas de notório saber". Os
primeiros teriam direito a 30%
das vagas, e os outros ficariam
com as restantes. "O percentual
não foi fechado, mas deve girar
em torno disso", disse Macieira.
Durante a audiência, também
ficou acertado que, antes da publicação do novo edital, no dia 31
de julho, o documento com as novas regras será enviado à classe
para que os artistas dêem opinião
sobre as mudanças.
Apesar de a mudança de diretrizes do programa de bolsas da Rio
Arte ainda estar indefinida, os artistas consideraram positiva a
reunião, assim como o secretário:
"Nós temos uma política pública
de continuidade, mas isso não
quer dizer que alguns programas
não possam ser revistos para que
possamos reajustá-los de forma a
melhor atender a todos".
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