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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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Em reunião, secretário municipal das Culturas e artistas discutiram a reformulação do programa

Rio Arte aceita finalistas, mas mudará bolsas

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário municipal das Culturas do Rio de Janeiro, Ricardo Macieira, decidiu que os finalistas do concurso para bolsas da Rio Arte -interrompido em maio para formulação de novas regras- terão seus lugares garantidos na disputa. A determinação foi anunciada após reunião com uma comissão de artistas, anteontem, na sede da secretaria.
No encontro, estiveram presentes sete representantes de teatro, dança e literatura. Eles falavam em nome das 79 pessoas que passaram para a segunda fase do processo de seleção para o programa deste ano. Até 2002, a Rio Arte concedia 25 bolsas anuais para projetos artísticos, de criação e pesquisa nas categorias de artes cênicas, música, artes visuais, dança e literatura. A partir do próximo programa, serão 30.
Os ganhadores do concurso recebem R$ 1.500 mensais. Ao fim de um ano, devem apresentar o resultado. Mas o prazo pode ser prorrogado por mais 12 meses.
A interrupção do concurso se deu para que as regras pudessem ser reformuladas. A avaliação do secretário era que as bolsas acabavam privilegiando somente pessoas de classe média alta, "moradoras da zona sul do Rio", segundo Macieira. Para ele, o propósito de incentivar a cultura nas áreas populares e carentes da cidade acabava não se cumprindo.
Um dos fatores que, segundo a secretaria, contribuíam para a seleção era a exigência de "notório saber". Também era requerido que o candidato tivesse pelo menos uma obra publicada e apresentasse duas cartas de referência "fornecidas por pessoas de indiscutível reputação no campo cultural a que o projeto se vincula".
Além disso, o índice de trabalhos não concluídos era muito alto. Segundo levantamento da secretaria, 25% das bolsas fornecidas desde 1995 não resultaram em trabalhos apresentados, tampouco o dinheiro foi devolvido.
Uma das propostas feitas pela comissão da classe artística é separar as vagas para "novatos" e "pessoas de notório saber". Os primeiros teriam direito a 30% das vagas, e os outros ficariam com as restantes. "O percentual não foi fechado, mas deve girar em torno disso", disse Macieira.
Durante a audiência, também ficou acertado que, antes da publicação do novo edital, no dia 31 de julho, o documento com as novas regras será enviado à classe para que os artistas dêem opinião sobre as mudanças.
Apesar de a mudança de diretrizes do programa de bolsas da Rio Arte ainda estar indefinida, os artistas consideraram positiva a reunião, assim como o secretário: "Nós temos uma política pública de continuidade, mas isso não quer dizer que alguns programas não possam ser revistos para que possamos reajustá-los de forma a melhor atender a todos".



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