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POLÍTICA CULTURAL
Decisão é posterior à crise sobre regras de apoio das estatais
Furnas define patrocínio de R$ 1,7 mi a 20 projetos
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa estatal Furnas Centrais Elétricas selecionou os primeiros 20 projetos culturais que
terão seu patrocínio em 2003. Somados, receberão R$ 1,7 milhão.
O investimento é feito através
da Lei Rouanet, que permite
transferir parte do Imposto de
Renda devido para a realização de
um projeto cultural.
Os 20 beneficiados foram escolhidos entre aproximadamente
cem propostas recebidas pela
Coordenação de Responsabilidade Social da empresa.
Os critérios divulgados por Furnas e Eletrobrás para conceder
patrocínio cultural geraram uma
crise no governo Lula da Silva, no
último mês de abril.
O Ministério da Cultura (Gilberto Gil) e a Secretaria de Comunicação do Governo (Luiz Gushiken) se desentenderam quanto às
regras, que foram classificadas como "dirigismo cultural" por produtores e cineastas.
Elas previam a necessidade de
contrapartida social nos projetos
aprovados, o privilégio às manifestações da cultura popular e a
valorização de propostas em sintonia com políticas de governo.
Atendendo a uma orientação de
Lula para pôr fim à polêmica, o
ministro Gushiken suspendeu os
critérios, ordenou às estatais que
retirassem de suas páginas na internet as regras divulgadas e entregou a Gilberto Gil a formulação
das políticas culturais das estatais.
"A seleção e a escolha dos projetos recebidos, em consonância
com as políticas públicas de cultura, baseou-se no compromisso da
empresa de promover o desenvolvimento humano, visando a
uma sociedade mais justa, em
equilíbrio com a natureza, sustentável e solidária", afirma Gleyse
Peiter, coordenadora de Responsabilidade Social de Furnas.
Peiter diz que "a relação completa e nominal dos projetos selecionados estará na página de Furnas [www.furnas.com.br] assim
que todos os proponentes contemplados tenham sido avisados
oficialmente, com formalização
do compromisso".
A seleção foi concluída no último dia 30. Entre os projetos já
acertados estão o documentário
"O Homem Pode Voar - A Saga
de Santos Dumont", de Nelson
Hoineff, a instalação do Museu de
Artes e Ofícios, dedicado ao trabalho pré-industrial, e o Festival
da Canção de Boa Esperança.
Furnas estima investir neste ano
um total de R$ 3 milhões em patrocínio pela Lei Rouanet. Estão
previstas novas divulgações de
aprovados nos meses de agosto e
outubro.
Festival do Rio
Ontem, o secretário das Culturas do Rio, Ricardo Macieira, e o
presidente da Riofilme, José Wilker, anunciaram patrocínio de R$
3 milhões ao Festival do Rio BR.
A mostra tinha previsão de receber R$ 4 milhões da BR Distribuidora, que propôs renegociar o
valor para R$ 2,4 milhões. Macieira disse que a verba "pode ou
não" sair do orçamento da Riofilme (R$ 28 milhões em 2003). "Isso não nos preocupa", afirma.
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