São Paulo, sábado, 10 de julho de 2004

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FILMES

TV PAGA

Sean Penn é mesmo um bom diretor?

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Sean Penn é hoje, dentro do cinema americano, um dos nomes mais festejados do "cinema sério". O que não impede de pôr em questão uma parte de seus trabalhos, em particular "A Promessa".
Jack Nicholson é Jerry Black, um ex-policial que promete aos pais de uma menina assassinada encontrar o criminoso. Ele acompanha o inquérito policial, que encerra o caso culpabilizando um inocente. Ele não se conforma com o resultado do inquérito.
Aí está o que talvez seja um primeiro problema: o que os policiais fazem não é bem um inquérito, mas uma farsa imediatamente reconhecível por qualquer idiota. Sabemos desde então que Jerry está certo e todos os demais errados -sem nenhuma ambigüidade a respeito.
É uma hipótese, mas existe outra a contrariá-la: todo o filme sustenta-se sobre a dúvida se Jerry estaria alucinando -estressado pela aposentadoria ou seja qual for a razão- ou não.
Como Penn nos convida a partilhar inteiramente o ponto de vista do ex-tira, se ele alucina, nós alucinamos junto. Não existe tensão, em suma. O que temos é, então, um exercício de anti-suspense, que Sean compensa com a colocação da câmera em um festival de posições esdrúxulas.
Como se o fato de fazer as coisas incômodas aos olhos do espectador as tornasse automaticamente mais graves (esse é um velho postulado do cinema americano dito "de arte"-e não só americano).
Temos por fim um festival de atores. Jack Nicholson, para começar. Mas há também Vanessa Redgrave, Sam Shepard, Mickey Rourke, entre outros, fazendo pequenos papéis e, com exceção de Shepard, todos se esforçando para demonstrar que são bons atores -e, com isso, atrapalhando seus personagens.
"A Promessa" é um filme digno. Talentoso, isso é a discutir.

TV ABERTA

Christopher Lee rouba a cena em 007

A Filha do General
Globo, 23h.
(The General's Daughter). EUA, 1999, 116 min. Direção: Simon West.Com John Travolta, Madeleine Stowe, James Cromwell. Filha de um bravo e importante general é estuprada e assassinada. O Exército designa Travolta e Stowe (por sinal, ex-amantes) para cuidar do caso. O que eles descobrem nos arredores de West Point não será pouca porcaria. É muita.

007 contra o Homem com a Pistola de Ouro
SBT, 0h30.
(The Man with the Golden Gun). Inglaterra, 1974, 125 min. Direção: Guy Hamilton. Com Roger Moore, Christopher Lee. A força do filme vem do vilão, Scaramanga (Lee), que ameaça o mundo ao dominar segredos sobre a energia solar. O agente 007 persegue-o com aplicação.

Casamento Arranjado
Bandeirantes, 2h.
(Arranged Marriage). EUA, 1996, 88 min. Direção: Mike Marvin. Com Diana Frank, Michael George, Lisa Comshaw. Ricaço troca favor com artista plástico: não cobra os aluguéis que lhe deve, em troca, o artista deve se casar com sua garota, para que ela não seja expulsa do país pela Imigração.

Brincando com a Morte
SBT, 2h45.
(Playing God). EUA, 1997, 94 min. Direção: Andy Wilson. Com David Duchovny, Angelina Jolie, Timothy Hutton. Médico que perdeu o direito de clinicar por conta do vício da heroína volta à ativa quando vê um homem baleado e o salva. Aí, ele é contratado para cuidar de um chefão que precisa de cuidados médicos, mas, por razões óbvias, não quer ir a um hospital. Ao natural, já seria um negócio arriscado. Com Jolie por perto, é bem mais.

Coração Indomável
Globo, 3h.
(Untamed Heart). EUA, 1993, 102 min. Direção: Tony Bill. Com Christian Slater, Marisa Tomei, Rosie Perez. Ajudante de cozinha tímido ama em segredo uma garçonete expansiva, mas que, malgrado as aparências, também é tímida. Vencerão esses solitários a sua timidez?
(IA)


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