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FILMES
TV PAGA
Sean Penn é mesmo um bom diretor?
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Sean Penn é hoje, dentro do
cinema americano, um dos
nomes mais festejados do "cinema sério". O que não impede de
pôr em questão uma parte de seus
trabalhos, em particular "A Promessa".
Jack Nicholson é Jerry Black,
um ex-policial que promete aos
pais de uma menina assassinada
encontrar o criminoso. Ele acompanha o inquérito policial, que
encerra o caso culpabilizando um
inocente. Ele não se conforma
com o resultado do inquérito.
Aí está o que talvez seja um primeiro problema: o que os policiais fazem não é bem um inquérito, mas uma farsa imediatamente reconhecível por qualquer idiota. Sabemos desde então que Jerry
está certo e todos os demais errados -sem nenhuma ambigüidade a respeito.
É uma hipótese, mas existe outra a contrariá-la: todo o filme
sustenta-se sobre a dúvida se Jerry
estaria alucinando -estressado
pela aposentadoria ou seja qual
for a razão- ou não.
Como Penn nos convida a partilhar inteiramente o ponto de vista
do ex-tira, se ele alucina, nós alucinamos junto. Não existe tensão,
em suma. O que temos é, então,
um exercício de anti-suspense,
que Sean compensa com a colocação da câmera em um festival de
posições esdrúxulas.
Como se o fato de fazer as coisas
incômodas aos olhos do espectador as tornasse automaticamente
mais graves (esse é um velho postulado do cinema americano dito
"de arte"-e não só americano).
Temos por fim um festival de
atores. Jack Nicholson, para começar. Mas há também Vanessa
Redgrave, Sam Shepard, Mickey
Rourke, entre outros, fazendo pequenos papéis e, com exceção de
Shepard, todos se esforçando para demonstrar que são bons atores -e, com isso, atrapalhando
seus personagens.
"A Promessa" é um filme digno.
Talentoso, isso é a discutir.
TV ABERTA
Christopher Lee rouba a cena em 007
A Filha do General
Globo, 23h.
(The General's Daughter). EUA, 1999, 116
min. Direção: Simon West.Com John
Travolta, Madeleine Stowe, James
Cromwell. Filha de um bravo e
importante general é estuprada e
assassinada. O Exército designa Travolta
e Stowe (por sinal, ex-amantes) para
cuidar do caso. O que eles descobrem
nos arredores de West Point não será
pouca porcaria. É muita.
007 contra o Homem com a
Pistola de Ouro
SBT, 0h30.
(The Man with the Golden Gun).
Inglaterra, 1974, 125 min. Direção: Guy
Hamilton. Com Roger Moore,
Christopher Lee. A força do filme vem do
vilão, Scaramanga (Lee), que ameaça o
mundo ao dominar segredos sobre a
energia solar. O agente 007 persegue-o
com aplicação.
Casamento Arranjado
Bandeirantes, 2h.
(Arranged Marriage). EUA, 1996, 88 min.
Direção: Mike Marvin. Com Diana Frank,
Michael George, Lisa Comshaw. Ricaço
troca favor com artista plástico: não
cobra os aluguéis que lhe deve, em troca,
o artista deve se casar com sua garota,
para que ela não seja expulsa do país
pela Imigração.
Brincando com a Morte
SBT, 2h45.
(Playing God). EUA, 1997, 94 min.
Direção: Andy Wilson. Com David
Duchovny, Angelina Jolie, Timothy
Hutton. Médico que perdeu o direito de
clinicar por conta do vício da heroína
volta à ativa quando vê um homem
baleado e o salva. Aí, ele é contratado
para cuidar de um chefão que precisa de
cuidados médicos, mas, por razões
óbvias, não quer ir a um hospital. Ao
natural, já seria um negócio arriscado.
Com Jolie por perto, é bem mais.
Coração Indomável
Globo, 3h.
(Untamed Heart). EUA, 1993, 102 min.
Direção: Tony Bill. Com Christian Slater,
Marisa Tomei, Rosie Perez. Ajudante de
cozinha tímido ama em segredo uma
garçonete expansiva, mas que,
malgrado as aparências, também é
tímida. Vencerão esses solitários a sua
timidez?
(IA)
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