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Farrah Fawcett registra passo a passo de câncer
Documentário que o GNT exibe a partir de hoje mostra os últimos dias da atriz
Famosa pelo seriado "As Panteras", ela lutou contra a doença por dois anos e meio, tentando tratamento nos EUA e na Alemanha
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Farrah Fawcett cansou dos
paparazzi à sua volta. Após ter
seus registros médicos expostos no tabloide "National Enquirer", vendidos por um membro da equipe que a tratava, ela
resolveu fazer seu próprio documentário expondo o câncer.
Registrou o diagnóstico com
uma câmera digital para, como
ela afirmou, "poder ouvir de
novo as explicações". Mas viu
os tratamentos falharem e,
conforme a situação piorou, pediu para a amiga Alana Stewart
assumir a direção e documentar todo o tratamento, que durou dois anos e meio, com uma
ponte aérea interminável entre
Alemanha e Estados Unidos.
O resultado é "A Jornada
contra o Câncer", que o GNT
exibe hoje. Foi um sucesso nos
EUA, visto por mais de 9 milhões de pessoas em maio, um
mês antes de o câncer se espalhar irreversivelmente e Fawcett morrer no dia 25, aos 62.
Christianne Marques, gerente de programação do GNT, diz
que tentou comprar os direitos
assim que foi exibido lá fora.
"Apesar de a doença ter vencido Farrah, ela tinha a intenção
de que o documentário deixasse uma herança para as pessoas
não desistirem. É importante
exibir essa experiência."
O filme registra tudo: desde a
dor depois da aplicação do laser
nas células cancerosas e a perda do cabelo com a quimioterapia, até a despedida do filho
com os pés acorrentados ao ter
concedida uma liberdade de
três horas para visitá-la.
Na noite anterior à morte de
Fawcett, o jovem deu adeus à
mãe. Por telefone. Ele segue
preso por posse de drogas.
Alana Stewart conta, no próprio documentário, que a amiga a encorajou a filmar situações constrangedoras -como
os efeitos colaterais das terapias- ou dolorosas -como as
agulhas enfiadas no fígado e a
notícia da piora do câncer. "Eu
disse que era muito invasivo,
mas ela pediu que continuasse,
que o câncer era assim."
O caso de Fawcett era raro e
deteriorou uma parte do tecido
do ânus. O filme também mostra um curto momento de liberdade, quando a doença regrediu. Voltou meses depois e
invadiu o fígado. Ela achou que
nunca ia ouvir três coisas juntas: maligno, tumor e anal. Mas
o pior foi escutar uma quarta
palavra: recorrente.
Ela expõe da maneira mais
crua a realidade de uma doença
que ela mesma define como
"um terrorista": "Imprevisível
e cheio de raiva", diz a mais famosa do seriado "As Panteras".
Ao final do filme, ela pergunta: "Se estou bem? Sim, porque
estou viva. E a luta continua.
Enquanto eu viver".
FARRAH FAWCETT: A JORNADA CONTRA O CÂNCER
Quando: estreia hoje, às 21h, dom., à
0h30, e dias 14, às 14h, e 20, às 11h
Classificação: não informada
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