São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Farrah Fawcett registra passo a passo de câncer

Documentário que o GNT exibe a partir de hoje mostra os últimos dias da atriz

Famosa pelo seriado "As Panteras", ela lutou contra a doença por dois anos e meio, tentando tratamento nos EUA e na Alemanha

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Farrah Fawcett cansou dos paparazzi à sua volta. Após ter seus registros médicos expostos no tabloide "National Enquirer", vendidos por um membro da equipe que a tratava, ela resolveu fazer seu próprio documentário expondo o câncer. Registrou o diagnóstico com uma câmera digital para, como ela afirmou, "poder ouvir de novo as explicações". Mas viu os tratamentos falharem e, conforme a situação piorou, pediu para a amiga Alana Stewart assumir a direção e documentar todo o tratamento, que durou dois anos e meio, com uma ponte aérea interminável entre Alemanha e Estados Unidos. O resultado é "A Jornada contra o Câncer", que o GNT exibe hoje. Foi um sucesso nos EUA, visto por mais de 9 milhões de pessoas em maio, um mês antes de o câncer se espalhar irreversivelmente e Fawcett morrer no dia 25, aos 62. Christianne Marques, gerente de programação do GNT, diz que tentou comprar os direitos assim que foi exibido lá fora. "Apesar de a doença ter vencido Farrah, ela tinha a intenção de que o documentário deixasse uma herança para as pessoas não desistirem. É importante exibir essa experiência." O filme registra tudo: desde a dor depois da aplicação do laser nas células cancerosas e a perda do cabelo com a quimioterapia, até a despedida do filho com os pés acorrentados ao ter concedida uma liberdade de três horas para visitá-la. Na noite anterior à morte de Fawcett, o jovem deu adeus à mãe. Por telefone. Ele segue preso por posse de drogas. Alana Stewart conta, no próprio documentário, que a amiga a encorajou a filmar situações constrangedoras -como os efeitos colaterais das terapias- ou dolorosas -como as agulhas enfiadas no fígado e a notícia da piora do câncer. "Eu disse que era muito invasivo, mas ela pediu que continuasse, que o câncer era assim." O caso de Fawcett era raro e deteriorou uma parte do tecido do ânus. O filme também mostra um curto momento de liberdade, quando a doença regrediu. Voltou meses depois e invadiu o fígado. Ela achou que nunca ia ouvir três coisas juntas: maligno, tumor e anal. Mas o pior foi escutar uma quarta palavra: recorrente. Ela expõe da maneira mais crua a realidade de uma doença que ela mesma define como "um terrorista": "Imprevisível e cheio de raiva", diz a mais famosa do seriado "As Panteras". Ao final do filme, ela pergunta: "Se estou bem? Sim, porque estou viva. E a luta continua. Enquanto eu viver".


FARRAH FAWCETT: A JORNADA CONTRA O CÂNCER

Quando: estreia hoje, às 21h, dom., à 0h30, e dias 14, às 14h, e 20, às 11h
Classificação: não informada




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