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Escritor cria série juvenil para manter atenção do filho
Franquia de livros sobre Percy Jackson, um menino disléxico com superpoderes, já vendeu milhões de cópias e inspirou filme
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
A dislexia e o transtorno
do déficit de atenção de Haley Riordan, 15, levaram o
seu pai, o professor de inglês
e história Rick, 46, ao topo da
carreira de escritor.
Um dia, Rick Riordan percebeu que a mitologia grega
era capaz de manter a concentração de seu filho, à época com nove anos. Contou os
mesmos mitos por noites a
fio, até Haley pedir ao pai que
inventasse algo novo.
Foi assim que surgiu Percy
Jackson, protagonista de
uma série de cinco livros que
já vendeu 15 milhões de cópias nos EUA e foi traduzida
para mais de 30 línguas.
Percy, um menino disléxico que descobre ser filho de
um deus grego, debutou em
2005, com "O Ladrão de
Raios" -que foi lançado no
Brasil em 2008, pela Intrínseca (400 págs., R$ 30), e virou
filme neste ano, com direção
de Chris Columbus (de dois
"Harry Potter").
A sequência foi encerrada
em 2009, com "O Último
Olimpiano", que só chega ao
Brasil em agosto.
Riordan, texano que já havia alcançado a fama nos
EUA com uma série adulta de
mistério, "Tres Navarre", viu
o seu nome catapultado internacionalmente e comparado a J.K. Rowling, de
"Harry Potter".
Paralelo, aliás, que não rejeita, apesar de a britânica ter
vendido mais de 400 milhões
de cópias pelo mundo, com
traduções para 67 línguas.
MITOLOGIA MODERNA
Em entrevista ao jornal
"Guardian", Riordan disse
ter aprendido lições com Rowling, responsável por convencê-lo de que escrever para crianças era algo "viável".
Tão viável que ele deixou
de dar aulas, após 15 anos,
para finalizar dois livros ao
ano, meta que se impôs para
superar seus próprios problemas de concentração.
O alvo continuará sendo o
público infantil. Riordan,
que como aluno não gostava
de ler as obras que a escola
impunha, tem a postura de
professor que quer ensinar
com alguma diversão.
Ele usa seus ex-alunos como inspiração para os personagens da sua mitologia
"atualizada" -com semideuses que usam celular-, e
testa a eficácia de cada nova
obra com Haley e seu outro filho, Patrick, 12.
"Se eles não rirem quando
deveriam ou perderem o interesse, ele volta e reescreve.
Quando o manuscrito chega
às nossas mãos, já foi testado", conta à Folha a empresária do escritor, Nancy Gallt.
O método parece funcionar. O seu livro mais recente,
"The Red Pyramid" (a pirâmide vermelha), que inicia
nova série, é o infantil mais
vendido nos EUA, segundo o
site Publishers Weekly.
O próximo lançamento,
"The Lost Hero", em que a
participação de Percy está
prometida, sai da fábrica
Riordan em outubro, mas já
aparece entre os livros mais
pedidos na Amazon.com.
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