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DOCUMENTÁRIO
Filme apresenta depoimentos de escritores, imagens históricas e relatos do autor, morto em 48
Vídeo disseca vida de Monteiro Lobato
da Reportagem Local
A vida de Monteiro Lobato, dissecada na biografia "Furacão na
Botocúndia" (Senac), de 97, se
transformou em um vídeo com
depoimentos de escritores, imagens históricas e relatos do próprio escritor, morto no ano de
1948.
Com título homônimo ao livro,
o documentário foi produzido
pela Fundação Banco do Brasil e
pela Odebrecht dentro do "Projeto Memória", que apresenta personalidades ou fatos históricos
que marcaram o país.
Distribuído apenas a escolas e
bibliotecas, o vídeo, dirigido por
Roberto Elisabetsky a partir do
roteiro de José Roberto Torero,
conta a vida do escritor desde a
infância até a morte, passando pelos livros e pelas lutas que Lobato
travou.
A primeira história, que sempre
aparecia nas notas biográficas das
antigas edições de "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", sua obra mais
famosa, é a mudança de nome,
uma pequena mostra do gênio indomável do criador da teimosa
boneca Emília.
Nasceu em Taubaté, interior de
São Paulo, em 1882, com o nome
de José Renato Monteiro Lobato.
Aos 11 anos, como queria usar
uma bengala de seu pai com as
iniciais J.B.M.L. gravadas, decidiu
mudar para José Bento Monteiro
Lobato, como se tornou conhecido.
A vida de estudante na Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, para onde foi por imposição do avô, o visconde de
Tremembé, mostra um Monteiro
Lobato envolvido em discussões
literárias e filosóficas no Café
Guarany.
Era ali, na rua 15 de Novembro,
na capital paulista, que ele e seus
amigos faziam suas reuniões regadas a "laranjinha" -cachaça
perfumada com casca de laranja.
Daí passa aos primeiros trabalhos em jornalismo, à vida de promotor público (depois fazendeiro) em Taubaté e à criação do primeiro grande personagem, o Jeca
Tatu, uma crítica ao caipira, "sacerdote da grande lei do menor
esforço".
Na volta a São Paulo, se envolve
em polêmica com os modernistas, ao criticar uma exposição de
Anita Malfatti. Polêmica, aliás, é o
que vai marcar toda a sua vida.
Editor, mudou o conceito de
como se fazer capas para livros,
ilustrando e colorindo. Tradutor,
verteu para o português mais de
cem livros, de Nietszche, seu pensador favorito, a H.G.Wells e Jack
London.
Político, brigou pelo petróleo
até na prisão -achava que a causa ganhava com suas sucessivas
detenções.
Nos últimos anos de vida, perseguido, chega a emigrar para a
Argentina, onde se dizia "mais feliz que um peru assado". Voltou
um ano depois.
No vídeo, nomes como o do bibliófilo José Mindlin, e dos escritores Ignácio de Loyola Brandão,
Tatiana Belinky, Ziraldo e Marcos
Rey ajudam a sedimentar a lenda
Monteiro Lobato: "Um mestre",
como resume, no final, a autora
de livros infantis Ruth Rocha.
Vídeo: Furacão na Botocúndia
Direção: Roberto Elisabetsky
Roteiro: José Roberto Torero
Depoimentos: José Mindlin, Ignácio de
Loyola Brandão, Tatiana Belinky, Ziraldo,
Marcos Rey e Ruth Rocha, entre outros
Produção: Fundação Banco do Brasil e
Odebrecht
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