PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Abril Music iniciou o movimento. Quer que nenhum de seus discos custe, em loja, mais que R$ 19,90. Para que isso aconteça, reduziu em 20% seus preços em todas as séries (os títulos costumam se diferenciar em séries, de acordo com a faixa de custo de produção), incluindo lançamentos próximos como Titãs e Rita Lee.
Segundo a Abril, isso garante que o lojista que comprar CDs diretamente da gravadora nunca precisará ultrapassar o preço de R$ 20. A lambuja não incluiria pequenos lojistas que compram CDs de atacadistas.
Entre as outras gravadoras, a iniciativa causa chiadeira de bastidores e respostas negativas ou indecisas em público. Universal, Sony e Warner avisam que não vão reduzir seus preços. A EMI se finge de mortinha.
A BMG é evasiva: "Isso não é um movimento entre as gravadoras. Mas existe, sim, a vontade da BMG de avaliar cada lançamento como um caso diferente, abandonando o preço único para os lançamentos. Essa avaliação seria baseada em público-alvo, momento de mercado etc.".
A Associação Brasileira dos Produtores de Discos, que congrega as grandes gravadoras, evita se meter. "A questão do preço é uma decisão comercial de cada gravadora, e a ABPD apóia qualquer medida nesse sentido", diz o diretor financeiro Eduardo Rajo.
A nova política da Abril já está em vigor. É só cobrar na loja.



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