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Festivais dão início ao "superagosto" de Edimburgo
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Como em todos os agostos, o cocuruto do Reino Unido assiste a uma curiosa migração. Vindos de todas as partes do mundo, turistas ávidos por eventos culturais levam o equivalente a uma Edimburgo para Edimburgo. Ou seja,
aos 500 mil habitantes da cidade escocesa junta-se outro meio milhão de viajantes.
Por trás dessa peregrinação está de modo inequívoco a palavra festival. Não um, mas quatro.
Cumprindo a tradição iniciada há 55 anos, a cidade de origem medieval realiza este mês os festivais oficial -o Festival Internacional de Edimburgo-, o de cinema, o de literatura e o megaevento teatral alternativo conhecido como Fringe (algo como "franja", ou "extremidade").
Com 20.342 espetáculos agendados para a edição de 2002, o Fringe foi o primeiro a se movimentar. O festival, que ganhou espaço no Guinness, o livro de recordes, como o maior evento artístico do mundo, começou a mexer seus tentáculos no domingo passado. Até o próximo dia 26 de agosto, essa espécie de base de
lançamentos mundial de espetáculos teatrais de vanguarda estará
esparramada por cerca de 180 espaços da cidade, entre teatros, ginásios, escolas, igrejas e avenidas.
Além dos literalmente milhares
de mundialmente desconhecidos
que tentam emplacar seus espetáculos em todo o planeta -ou
apenas se divertir-, o Fringe deste ano cumpre a tradição de incluir na programação alguns nomes de ponta.
Entre eles, está o sempre presente Steven Berkoff, eterno queridinho do universo teatral e principal nome do chamado teatro físico, que apresenta o novo espetáculo "Harry's Christmas", e o casal Tim Robbins e Susan Sarandon, que levam a Edimburgo a
peça "The Guys".
O tema do espetáculo da dramaturga Anne Nelson, que será
encenado pela dupla de atores
hollywoodianos, o 11 de setembro, é cotado para ser o mais forte
de todo o festival.
Os ataques terroristas a Nova
York também devem ser debatidos no Festival de Livros de Edimburgo, que começa hoje, exibindo
uma programação de peso, com a
participação de 550 escritores.
Se eventos como a Feira de Livros de Frankfurt ou o Salão de
Paris ganham em tamanho do
evento britânico, este é imbatível
no contato do público com grandes nomes da literatura mundial.
O elenco é "all-star": romancistas como o inglês Ian McEwan ou
o israelense Amos Oz, poetas como o irlandês Seamus Heaney,
Nobel de 1995, e ensaístas como o
palestino Edward Said estarão em
leituras, palestras e debates.
Um dos destaques "EdBook" é a
série de eventos agrupados com o
nome Provocations (Provocações), que reúne meia centena de
donos dos textos (e línguas) mais
afiados do Reino Unido.
Entre as grandes atrações desse
evento, que começa no dia 21, estão o veterano dramaturgo britânico Harold Pinter e uma seleção
de alguns dos melhores romancistas da língua inglesa: Roddy
Doyle (Irlanda), Irvine Welsh (Escócia), Alain de Botton (Inglaterra) e Ricky Moody (EUA).
Completando o quarteto de festivais de Edimburgo estão o evento oficial e a mostra de cinema.
No Festival Internacional de
Edimburgo -bancado em maior
parte pela prefeitura da cidade-
desfilam nomes mais tradicionais
da música erudita, da dança e do
teatro. O evento, que começa hoje, se destaca este ano pela montagem da ópera "Parsifal", de Wagner, com regência do consagrado
Claudio Abbado, e pelo "Lago dos
Cisnes", coreografado pelo encenador belga Jan Fabre.
O diretor britânico Mike Leigh,
de "Segredos e Mentiras", é o convidado de honra do Festival de Cinema, com início na próxima quarta. Dele será exibido o filme "Tudo ou Nada".
O site www.edinburgh-festivals.com
traz mais informações sobre os festivais
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