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Trabalhos têm o diabo como peça principal
DE PARIS
O diabo, mais do que o mágico, é o personagem-chave da exposição "Méliès
-Magia e Cinema". Ele aparece em desenhos e fotos, mas sobretudo nos filmes,
encarnado pelo próprio diretor: "Fausto nos Infernos" (1903), "O Diabo Negro"
(1905), "Satã na Prisão" (1907)...
O diabo de Méliès é elegante, brincalhão e cheio de
poderes. Ele entra em cena
para perturbar a vida comum e alterar todas as regras lógicas do espaço e do
tempo. Exatamente como
fez o diretor com seus filmes,
que liberaram pioneiramente a fantasia no cinema.
A exposição inteira é como
a ante-sala de um reino fantástico e de prefigurações,
que culmina na projeção dos
filmes, em várias saletas. A
atividade de Méliès como
mágico no teatro Robert-Houdin é a etapa inicial da
exposição. O visitante descobre os instrumentos, números e truques do palco que
estão na origem das histórias
e trucagens de seu cinema. E
vê que Méliès não adaptou
simplesmente as mágicas,
filmando-as como num teatro: ele as recriou com os recursos do cinematógrafo.
Sua criação é minuciosa e
sofisticada. Para as grandes
produções, ele desenhou as
principais cenas, inventando
o "storyboard".
Das telas de fundo pintadas, passou à construção de
cenários detalhados, máscaras e monstros mecânicos de
grande porte, inaugurando o
cinema de ficção científica e
as superproduções fantásticas. Num conjunto de filmes
políticos sobre o caso Dreyfus, fundou o filme seriado.
A exposição termina com
uma foto gigante de Méliès
em sua lojinha de brinquedos, na estação de Montparnasse, empobrecido, depois
de ter gasto toda a sua fortuna para criar a primeira
grande obra da imaginação no cinema.
(ALN)
Méliès - Magia e Cinema.
Exposição. Onde: Espaço Electra
(6, rue Récamier, Metrô Sèvres-Babylone); das 12h às 19h, até 1º/
9. Entrada franca.
Méliès - Magie et Cinéma.
Catálogo. Ed. Paris Musée/
Fondation Electricité de France.
Org. de Jacques Malthête e
Laurent Mannoni. Quanto: 39
euros (282 págs.). Onde
encomendar:
www.livrariafrancesa.com.br
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