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Três projetos enfrentam dificuldades
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
O traço e o pensamento de Lúcio Costa permanecem firmes em
vários pontos do Estado do Rio,
mas enfrentam dificuldades em
pelo menos três: o Park Hotel São
Clemente, em Nova Friburgo (região serrana), a vila operária da
Gamboa e o projeto urbanístico
da Barra da Tijuca.
O Park Hotel une os princípios
modernistas a materiais locais,
como os eucaliptos. Com apenas
12 quartos, foi projetado em 1940
a pedido de César Guinle.
"A idéia inicial era fazer uma
pousadinha para hospedar possíveis compradores de um loteamento, mas meu pai se entusiasmou, fez uma pequena obra-prima e ainda desenhou os móveis e
foi com o dr. César comprar lençóis e toalhas", conta Maria Elisa
Costa, arquiteta como o pai.
Desde 2003, por causa de fortes
chuvas, o hotel está fechado. Parte
dos estragos já foi consertada,
mas um projeto inscrito na Lei
Rouanet busca recursos para fazer a restauração completa.
Embora haja um plano da prefeitura de recuperação da zona
portuária, as casas da Gamboa,
projetadas por Costa nos anos 30,
ainda estão em mau estado. Já o
projeto da Barra foi desfigurado
pela especulação imobiliária.
"O pior é que a arquitetura da
Barra é feia demais. E não dá para
esconder, porque é alta demais
também", diz Maria Elisa. Outros
projetos marcantes estão em bom
estado. São os casos do conjunto
de edifícios do Parque Guinle (Laranjeiras), de 1948, em que o tradicional (treliças, telhas de barro)
mais uma vez se junta a traços
modernos, e da sede social do Jockey Club Brasileiro, de 1954.
Já o edifício do Ministério da
Educação (1936-46), obra maior
da arquitetura modernista, é resultado da obstinação de Costa,
que convenceu Getúlio Vargas a
trazer o francês Le Corbusier para
supervisionar uma equipe de arquitetos, Oscar Niemeyer, Affonso Reidy e Carlos Leão entre eles.
O acervo de textos e desenhos
do arquiteto está sendo organizado pela Casa de Lúcio Costa, tocada por sua neta, Julieta Sobral.
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