São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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Bebida

San Antonio é berço de bons pinot noir no Chile

JORGE CARRARA
ENVIADO A SAN ANTONIO (CHILE)

O Vale de San Antonio é um dos mais recentes integrantes do repertório vinícola chileno. A cerca de 80 km de Santiago, ele ocupa uma faixa das suaves ondulações da cordilheira da Costa, acompanhando sua descida rumo ao poente, para encontrar-se com as águas do Pacífico. Dedicado à agropecuária, San Antonio é uma área de clima mais frio e, por isso, apropriada para o cultivo de uvas que precisam desse tipo de ambiente (como a pinot noir). O seu potencial foi apontado na década de 80 pelo enólogo chileno Pablo Morandé, na época, à procura de cantos com esse perfil. Morandé, porém, desistiu do vale em razão da pouca água existente nele. Mas um grupo de pioneiros resolveu a questão no fim dos anos 90, com a construção de um aqueduto que traz água do rio Maipo. Hoje, San Antonio é berço de alguns dos melhores pinot noir do país, produzidos por jovens vinícolas, como a Viña Garcés Silva e a Casa Marin, visitadas em julho durante o Catad'Ór Hyatt, concurso de vinhos organizado pela empresa chilena Gourmand. A primeira vindima da Garcés Silva foi a de 2003, quando já surpreendeu com tintos e brancos: os Amayna. Da última leva degustada, menção especial para o pinot noir 2004, redondo na boca, com boa tipicidade, marcado por geléias e suaves pinceladas de madeira, persistente e equilibrado (89/100, R$ 87, na Mistral, tel. 0/xx/11/3372-3400). A colheita 2003 foi também a primeira da Casa Marin. Sua proprietária, a enóloga Maria Luz Marin, modela lá goles concentrados e plenos de fruta. Entre eles, há belos brancos, mas o ponto mais alto (e caro) da adega são precisamente os seus pinot noir, rubros intensos como o Litoral 2003, com aroma e sabor de frutas vermelhas mescladas com tons defumados e de torrefação (90/100), ou o Lo Abarca Hills, outro 2003, marcado igualmente por fruta típica da variedade, adicionada de toques de café e chocolate, que envolvem um paladar denso, aveludado e de final longo (92/100, ambos R$ 260, na Vinea, tel. 0/xx/11/ 3052-2356).


O colunista JORGE CARRARA viajou a San Antonio a convite da Gourmand, da Viña Garcés Silva e da Casa Marin


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