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FESTIVAL
Evento que acontece em Copenhague procura fazer panorama cultural brasileiro
Braziliana começa ao som de batuque
LUIZ ANTÔNIO RYFF
enviado especial a Copenhague
Foi ao som do batuque da escola
de samba Imperatriz Leopoldinense que teve início em Copenhague o festival Braziliana, que apresenta na capital dinamarquesa um
panorama cultural brasileiro.
Até sábado, o Braziliana mostrará aos dinamarqueses aspectos da
música, cinema e literatura brasileiros, com espetáculos, filmes
(como "Macunaíma" e "Bye Bye
Brasil") e debates.
A abertura do festival ocorreu no
domingo, com um desfile da Imperatriz no Tivoli, o parque de diversões mais conhecido da Escandinávia.
Apresentando-se com 45 componentes, a campeã do Carnaval
carioca de 94 e 95 fez sucesso com
os milhares de espectadores e com
a imprensa local, que elogiou o
desfile.
"Sej Samba" (algo como "samba legal"), estampou o jornal popular "Ekstra Blanet", em duas
páginas dedicadas à apresentação
da Imperatriz.
"Esses shows não podem ser
apenas um desfile de escola de
samba, têm que ter um pouco de
oba-oba (show de mulatas organizado pelo 'mulatólogo' Sargentelli), senão o brasileiro curte, e o estrangeiro não", explica Rosa Magalhães, a carnavalesca da escola e
que acompanha o grupo.
Anteontem, o grupo se apresentou novamente, e ontem à noite estava marcada uma apresentação
extra. "Vamos fazer um pagode",
disse Rosa.
Ontem também foi a noite em
que Wagner Tiso e o Rio Cello Ensemble tocaram no Braziliana, que
já contou com a presença da cantora Alaíde Costa.
Hoje se apresenta a Orquestra de
Câmara de Curitiba com os dinamarqueses do Ars Nova, que já trabalhou com Egberto Gismonti.
Amanhã é a vez da bossa nova
com o Zimbo Trio; na sexta tocam
Guinga e Carlos Malta; e, no sábado, Paulo Bellinati encerra o festival.
Entre os participantes fora da
área musical estão o escritor João
Ubaldo Ribeiro e o diretor teatral
José Possi Neto.
'João Gilbertiana'
O festival teve alguns desfalques
de última hora. A principal estrela
do festival, João Gilberto, desistiu
de vir e frustrou os dinamarqueses, que, desde a semana passada,
haviam comprado todos os ingressos para o seu show, programado
para ontem.
Segundo a produção do festival,
João Gilberto alegou cansaço, provocado por sua última apresentação -ocorrida em Manaus, na semana passada.
Mas o cantor não foi o único que
não apareceu em Copenhague. O
cineasta Ruy Guerra também não
veio.
O jornalista Luiz Antônio Ryff viaja a convite
da organização do festival.
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