Coadjuvantes sem graça e falta de personalidade comprometem produção

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Documentarista estreante em ficção, a diretora Nanette Burstein resolveu dar contornos realistas à comédia romântica "Amor à Distância", eliminando excessos melosos característicos do gênero.
O registro é direto, os diálogos são crus, o par central -formado por Erin (Drew Barrymore) e Garrett (Justin Long)- nada tem de princesa e príncipe encantado. Mas esses louváveis esforços não são suficientes para dar personalidade ao filme.
O roteiro não é lá muito original e se perde em situações repetitivas, que às vezes caem na vulgaridade e não fazem a história avançar. As trapalhadas de Garrett numa sessão de bronzeamento ou as cenas dele com a dupla de amigos deixam isso claro.
Os protagonistas passam um pouco dos trinta anos, mas parecem ter bem menos.
A californiana Erin ainda é estudante (de jornalismo) e foi a Nova York fazer estágio em um jornal. Garrett trabalha como produtor em uma gravadora, mas leva vida de estudante, dividindo o apartamento com dois amigos com os quais mantêm uma camaradagem adolescente.
O verão acaba e Erin volta à Califórnia e à faculdade. Só então o casal percebe não querer que a relação termine, apesar de ela haver começado com a intenção de não serem cultivados vínculos.
Na base de ligações via Skype, mensagens SMS e algumas viagens, os dois procuram manter contato e enfrentam reviravoltas.
Menos romântica do que o habitual, a comédia tem seus momentos divertidos, mas o tom de pastelão predomina em muitas cenas, o que deixa uma impressão geral frouxa.
Outro problema é a falta de densidade -e de graça- dos personagens coadjuvantes, principalmente a irmã superprotetora de Erin e os amigos abobalhados de Garrett.

AMOR À DISTÂNCIA
DIREÇÃO Nanette Burstein
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Drew Barrymore, Justin Long e Christina Applegate
ONDE nos cines Anália Franco, Bristol, Frei Caneca e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular


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