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Mercado é
contra imposto
da Redação
O parecer de Aloysio Nunes Ferreira suscita questionamento sobre o destino do dinheiro arrecadado, entre envolvidos no processo de venda e distribuição de obras
artísticas.
O cantor e compositor Zezé di
Camargo, 35, há dois meses o que
mais arrecada em direitos autorais
no Brasil, é contra sobretaxar
equipamentos e fitas.
"Acho que deveriam popularizar, para deixar mais ao alcance. E
fita pirata existe porque a original é
cara. Se a pirata ficar mais cara, a
original também vai ficar."
Quanto aos espetáculos beneficentes, ele acha que tem de ser
isentado. "Imagine o quanto vai
aumentar o do show normal."
Ele é a favor de uma campanha
de conscientização sobre os danos
causados -tanto nos equipamentos quanto para artistas e Estado-
pelas fitas pirateadas. "Poderia
cair a pirataria e secaria a fonte",
diz o artista, que tem feito reuniões, segundo ele, para "acabar
com a podridão que cerca o nome
do Ecad".
Para Enrico Rastelli, diretor-superintendente da Abril Vídeo, o
projeto é "estranho". "Essa taxa
vai ser paga a quem? Quem receberá esse dinheiro? Esse dinheiro pode servir para compensar os autores, o que é legítimo, mas não tem
nada a ver com o combate à pirataria, que envolve um trabalho mais
difícil."
Na opinião de Roberto Verta, da
Sony Music, o dinheiro arrecadado com a taxa prevista no projeto
"tem que ser revertido a entidades
que combatem a pirataria, como
acontece em outros países".
Marival Padilha de Oliveira Júnior, assessor de distribuição do
Ecad, acha correta a taxação sobre
equipamentos e fitas. Segundo ele,
o bolo deveria ser distribuído aos
autores. "O que não deve é ser
mais uma taxação para ficar aí."
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