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CINEMA
Elenco global ajuda a consagrar longa de estréia de Roberto Santucci Filho em premiação do Festival do Rio BR
Voto popular elege "Bellini e a Esfinge" como melhor ficção
FRANCESCA ANGIOLILLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O público se comportou conforme esperado: diante das quatro
opções oferecidas pela organização do Festival do Rio BR 2001,
preferiu a de enredo mais lógico e
elenco mais famoso.
"Bellini e a Esfinge", estréia de
Roberto Santucci Filho, foi o escolhido da platéia entre os longas
brasileiros de ficção apresentados
no evento, encerrado na segunda.
A produção, baseada no livro
homônimo do titã Toni Bellotto e
estrelado por Malu Mader e Fábio
Assunção, bateu "Urbania", de
Flávio Frederico, "Latitude Zero",
de Toni Venturi, e "Duas Vezes
com Helena", de Mauro Farias.
Em entrevista à Folha, após a
divulgação do resultado, Santucci
admitiu que a escolha de um elenco popular foi importante para a
boa recepção do filme. Mas negou
que ela tenha sido fundamental
para a obtenção do prêmio. "O
que faz a sessão encher são os atores. O que faz o público votar é o
filme", disse o diretor.
O prêmio para longa de ficção,
de R$ 200 mil, é o mais alto dos
oferecidos pela BR Distribuidora,
patrocinadora do evento.
Além do filme de abertura, "O
Xangô de Baker Street", de Miguel Farias, ficaram de fora da
competição os dois títulos nacionais considerados pela organização como mais "difíceis": "Lavoura Arcaica", de Luiz Fernando
Carvalho, e "Dias de Nietzsche em
Turim", de Julio Bressane.
O filme de Carvalho, porém, foi
lembrado pelo Ministério da Cultura, que, no domingo, deu seu
Prêmio de Aquisição, no valor de
R$ 20 mil, à produção inspirada
no romance de Raduan Nassar.
Se a eleição para ficção sagrou
uma proposta comercial, na escolha do melhor documentário o
público honrou um clássico do cinema nacional: Mário Peixoto
(1908-1992). "Onde a Terra Acaba", homenagem de Sérgio Machado ao cineasta de "Limite", levou o prêmio de R$ 100 mil.
Paralelamente à premiação oficial, houve dois prêmios atribuídos pela Associação de Críticos de
Cinema do Rio, um para curta-metragem e outro para longa (para o qual concorriam ficções e documentários, sem distinção). Por
unanimidade, os jurados fizeram
Sérgio Machado voltar ao palco.
Os críticos elegeram, entre os
curtas, "Coruja", de Márcia Derraik e Simplício Neto. Os realizadores da produção, que enfoca
compositores descobertos por
Bezerra da Silva, já haviam aberto
os agradecimentos da noite ao receber o prêmio de público na sua
categoria, no valor de R$ 10 mil.
O festival este ano superou a expectativa de se igualar ao do ano
passado em termos de público.
Foram 150 mil espectadores contra 137 mil na edição passada, que
era três dias mais longa.
A jornalista Francesca Angiolillo viajou
a convite da organização do festival
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