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TELEVISÃO
Série ilustra riqueza dramática de metrô de NY
ESTHER HAMBURGER
especial para a Folha, em Austin
Cada vez mais Nova York, a metrópole mundial da cultura no novo mundo, se especializa em servir
de cenário para a fantasia cinematográfica e televisiva. O metrô de
Nova York oferece o cenário perfeito para a aprendizagem dessas
linguagens visuais.
Coerente com sua propaganda
de canal de TV a cabo que é mais
que TV, a HBO estimula novos talentos cinematográficos. O canal
promoveu em 1996 um concurso
de roteiros de ficção ambientados
no metrô de Nova York.
As melhores propostas foram
produzidas e editadas em um longa, "Subway Stories", exibido repetidamente nos Estados Unidos,
acompanhado de ampla campanha publicitária, mas sem data
marcada para exibição no Brasil.
No metrô de Nova York não é fácil distinguir o bem do mal, o solidário do salafrário. Os curtas problematizam os prazeres dos amores incógnitos, a desconfiança dos
vigaristas e ingênuos operadores
da bolsa, a mulher sedutora e generosa que recupera garotos frustrados, as dificuldades de uma interiorana em visita à cidade, a impossibilidade de distinguir um
mendigo aidético que sinceramente pede esmola e um vigarista disfarçado de doente necessitado.
O tratamento visual semelhante
facilita a passagem de um filme para o outro sem maiores sobressaltos. O resultado é interessante,
mas bastante escolar.
A América "real" tem mais relação com a vida dos lugarejos brancos nas margens das estradas que
cortam os imensos milharais do
Estado de Iowa do que com a multiplicidade étnica racial das poucas
metrópoles.
Mas não é essa a imagem que o
cinema e a TV transmitem do país
de Hollywood. As aventuras de urbanóides carregados de angústia e
violência, imersos na diversidade
das diásporas contemporâneas, se
realizam nas grandes cidades.
Os Estados Unidos aparecem associados a imagens do metrô elevado e sombrio de Chicago, da
China Town de Los Angeles, mas
principalmente das multidões nas
ruas de Manhattan.
Por mais que os americanos médios das cidades pequenas temam
e execrem a sujeira, o burburinho
e a agitação de Nova York, é lá que
reside o fascínio.
E a cidade que ultimamente tem
se esmerado por apresentar melhorias nos seus mais que sofríveis
índices de criminalidade e aproveitamento escolar vai se especializando em representar um cenário
vivo para o mundo. Nova York é
rica em espaços públicos capazes
de gerar situações dramáticas. Talvez por isso tenha se tornado ela
mesma o espetáculo.
E-mail: ehamb@uol.com.br
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