|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cidade canta em uníssono
do enviado especial a Recife
O fenômeno protagonizado por
Lenine na última sexta-feira, em
plena ponte, veio a emoldurar
uma constatação: o mangue ainda
borbulha em Recife.
Não, não é que Lenine se tenha
tornado um artista do mangue
beat -embora homenageasse
Chico Science cantando "Rios,
Pontes e Overdrives".
Não é o caso, já que Lenine vem
de uma geração anterior -em 83,
já se lançava, ainda roqueiro, em
parceria com Lula Queiroga- e,
sob muitos aspectos, é mais ingênuo que os "caranguejos com cérebro" do mangue.
Hoje convertido num batuqueiro pernambucano que se encanta
por samplers e prega a invasão do
universo pelo homem terrestre,
Lenine se uniu a seu público conterrâneo para dar nova mostra da
potência de que o pop goza nestes
anos 90 naquela cidade.
O público mostrou saber de cor
várias das canções que ele tinha a
apresentar. Houve coros retumbantes em "A Ponte", "Candeeiro Encantado", "Acredite ou
Não" e -mais que todas- "Leão
do Norte". Nessa hora, a ponte literalmente balançou.
O público mostrou-se pronto
para o pop universal que Lenine,
ainda caracterizado como típico
bicho-grilo, deu de oferecer.
Ele, por sua parte, devolveu o
ânimo favorável em forma de arte,
mostrando-se consciente das carências de camadas de público que
não frequentariam o Palace.
(PAS)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|