São Paulo, segunda, 10 de novembro de 1997.




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Cidade canta em uníssono

do enviado especial a Recife

O fenômeno protagonizado por Lenine na última sexta-feira, em plena ponte, veio a emoldurar uma constatação: o mangue ainda borbulha em Recife.
Não, não é que Lenine se tenha tornado um artista do mangue beat -embora homenageasse Chico Science cantando "Rios, Pontes e Overdrives".
Não é o caso, já que Lenine vem de uma geração anterior -em 83, já se lançava, ainda roqueiro, em parceria com Lula Queiroga- e, sob muitos aspectos, é mais ingênuo que os "caranguejos com cérebro" do mangue.
Hoje convertido num batuqueiro pernambucano que se encanta por samplers e prega a invasão do universo pelo homem terrestre, Lenine se uniu a seu público conterrâneo para dar nova mostra da potência de que o pop goza nestes anos 90 naquela cidade.
O público mostrou saber de cor várias das canções que ele tinha a apresentar. Houve coros retumbantes em "A Ponte", "Candeeiro Encantado", "Acredite ou Não" e -mais que todas- "Leão do Norte". Nessa hora, a ponte literalmente balançou.
O público mostrou-se pronto para o pop universal que Lenine, ainda caracterizado como típico bicho-grilo, deu de oferecer.
Ele, por sua parte, devolveu o ânimo favorável em forma de arte, mostrando-se consciente das carências de camadas de público que não frequentariam o Palace. (PAS)



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