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TELEVISÃO
"Mano a Mano'
é hip hop
humanitário
RODRIGO DIONISIO
da Redação
Vai ao ar hoje, às 21h, e no
próximo dia 17, à 0h, no canal
605 da DirecTV, o documentário "Mano a Mano - O Movimento Hip Hop Brasileiro de
Dentro para Fora", do diretor
Ricardo Neuenberg.
Dividido em sete capítulos
("Primeiro Dia", "Segundo
Dia"...), o filme vai do pavilhão
8 do Carandiru à sala do ex-secretário de Segurança carioca
Hélio Luz, passando por associações de jovens e rádios piratas, em 90 minutos. Apresenta,
por meio de depoimentos, opiniões de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com e
pelo hip hop.
Mais do que falar do movimento negro nascido nos EUA
(engolido pela indústria fonográfica norte-americana nos
anos 80) e de sua perpetuação
no Brasil, na definição do diretor, o filme se preocupa em
mostrar a movimentação social da periferia, "o verdadeiro
barril de pólvora no qual se
transformou o país".
Como diz o texto que aparece
na tela, ao o som do "Jorge de
Capadócia" dos Racionais, antes do filme propriamente dito:
"Não é a música que interessa...
São as pessoas...".
"Ela (a polícia) não tem por
objetivo dar proteção a quem
não integra os andares superiores do estrato social. O que se
chamava antes senzala, hoje se
chama favela", afirma Hélio
Luz, enquanto são exibidas
imagens do clipe da música
"Minha Alma - A Paz Que Eu
Não Quero", do grupo carioca
O Rappa, que mostra o assassinato de uma criança favelada
por policiais militares.
"Por que colocaram pardo
no meu registro? Eu não sou
pardo, eu sou preto. Fazem isso
para dividir o meu povo", afirma Dexter, rapper do Carandiru, que fazia parte do grupo
Tribunal de Rua, antes de ser
preso, e que montou o Linha de
Frente, atrás das grades.
"Como eu vou mudar a cabeça de um cara desses (garotos
da periferia envolvidos com o
crime)? É perigoso ele mudar a
minha com um tiro na testa",
diz. Para encerrar o filme, o
rapper Pivete, que, mesmo foragido da polícia, assinou contrato com uma gravadora, gravou um CD e apareceu em programas de televisão.
Em uma palavra: assista.
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