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MÚSICA
Banda mostra composições inéditas e o repertório de seu segundo disco, "Filme Brasileiro", hoje, no Sesc Pompéia
DonaZica apresenta sua MPB de cara nova
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O DonaZica, um dos principais
grupos da, essa sim "nova", MPB
lança hoje o álbum "Filme Brasileiro". O trabalho (leia crítica
abaixo) traz sete faixas, mas poderia ter muitas outras.
"No show, vamos mostrar quatro músicas inéditas", conta a
cantora e compositora Iara Rennó. Por que então elas não estão
no CD? "É um projeto da gravadora Elo Music, que tem esse formato de CD econômico", explica.
É uma pena que tenha sido assim, porque, ouvindo as escolhidas para compor "Filme Brasileiro", dá vontade de escutar muitas
mais. A fina ironia das letras de Iara e Andreia Dias formam a maior
parte do repertório, que tem ainda parcerias de Rennó com o
trompetista Guilherme Mendonça e BNegão e com sua mãe, a cantora Alzira Espíndola.
Como no CD anterior, "Composição", é nítida a influência da
vanguarda paulista de Alzira e Itamar Assumpção -pai de Anelis
Assumpção, outra integrante da
banda-, que ganha um animado
"toque DonaZica", com pitadas
de samba, jazz e rock.
"Mais uma vez, temos esse "papai e mamãe". Eles estão mais presentes neste disco", conta Rennó.
Além da participação de Alzira,
há uma inédita de Itamar, a canção "Mulher Segundo Meu Pai",
interpretada por Anelis.
Ainda que seja um elogio, Rennó diz que a comparação com a
vanguarda paulista é uma "faca
de dois gumes". "Para nós, que fomos criados acompanhando essa
música, é uma honra", fala.
"Por outro lado, a vanguarda foi
tida como maldita porque era elitizada, elaborada demais. Isso restringe um pouco para nós", acredita Rennó. "Não queremos ser
ouvidos só por gente "cabeça". Espero que esse disco seja visto de
uma outra forma, como uma coisa mais universal."
A intenção, diz ela, é que o CD
os leve para além do circuito
"cult" paulistano. Se depender de
músicas como "Vixe Maria", a
passagem está garantida.
Parceria de Andreia e Iara, a faixa é um samba que lembra composições de Adoniran Barbosa e
Chico Buarque. "Tinha a letra,
mas não gostava. Joguei na mão
da Andreia, que fez a melodia. Eu
harmonizei e fizemos juntas a segunda parte", relata Rennó.
Esse espírito de toma-lá-dá-cá
permeia todo o processo do DonaZica. "Somos nove pessoas
muito criativas. É uma avalanche
de idéias." E parece mesmo.
DonaZica
Quando: hoje, às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, Lapa,
tel. 0/xx/11/ 3871-7700)
Quanto: R$ 4 a R$ 12
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