São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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crítica

Variedade marca disco bom e discreto

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Seria fácil para Wanderléa seguir adiante como um clichê ambulante, a repetir as jovens canções de sua fase de ouro. Mas, se Roberto virou Rei, Wanderléa não se tornou Rainha.
Com "Nova Estação", ela se desvia dos trabalhos rememorativos dos últimos anos, embora não ouse como na década de 70, quando tentou se livrar da imagem de Ternurinha.
Ela não conseguiu. Agora, relaxa e tenta "apenas" interpretar compositores que admira. A aparente falta de rumo é o que compõe a unidade do disco.
Ela abraça o samba em "Choro Chorão" (Martinho da Vila), em que mostra seu vocal espontâneo, sem técnica mas contagiante, pueril; "A Banca do Distinto" (Billy Blanco) traz uma ginga de dar inveja a qualquer nova musa da MPB. Soa espantosamente como Elis em "Nova Estação" (Luiz Guedes e Thomas Roth), que abre o disco e resume as intenções: "Renascer a cada dia, como a luz da manhã".
Nesse processo de reavaliação, Wanderléa junta duas pontas de sua carreira. "Todos Estão Surdos" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) remete à sua associação com o pop, enquanto "Salve Linda Canção sem Esperança" (Luiz Melodia) e "Mais que a Paixão" (Egberto Gismonti), com o lado "maldito".


NOVA ESTAÇÃO
Artista: Wanderléa
Lançamento: Lua Music
Quanto: R$ 27
Avaliação: bom



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