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crítica
Variedade marca disco bom e discreto
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Seria fácil para Wanderléa seguir adiante como um clichê
ambulante, a repetir as jovens canções de sua fase
de ouro. Mas, se Roberto
virou Rei, Wanderléa não
se tornou Rainha.
Com "Nova Estação",
ela se desvia dos trabalhos
rememorativos dos últimos anos, embora não ouse como na década de 70,
quando tentou se livrar da
imagem de Ternurinha.
Ela não conseguiu. Agora, relaxa e tenta "apenas"
interpretar compositores
que admira. A aparente
falta de rumo é o que compõe a unidade do disco.
Ela abraça o samba em
"Choro Chorão" (Martinho da Vila), em que mostra seu vocal espontâneo,
sem técnica mas contagiante, pueril; "A Banca do
Distinto" (Billy Blanco)
traz uma ginga de dar inveja a qualquer nova musa
da MPB. Soa espantosamente como Elis em "Nova Estação" (Luiz Guedes
e Thomas Roth), que abre
o disco e resume as intenções: "Renascer a cada dia,
como a luz da manhã".
Nesse processo de reavaliação, Wanderléa junta
duas pontas de sua carreira. "Todos Estão Surdos"
(Roberto Carlos e Erasmo
Carlos) remete à sua associação com o pop, enquanto "Salve Linda Canção
sem Esperança" (Luiz Melodia) e "Mais que a Paixão" (Egberto Gismonti),
com o lado "maldito".
NOVA ESTAÇÃO
Artista: Wanderléa
Lançamento: Lua Music
Quanto: R$ 27
Avaliação: bom
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