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Crítica
Filme de Yimou é usado para fins que não o seu
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
São praticamente infinitos os
usos do cinema. Um departamento de vendas, ou de psicologia de vendas, ou de auto-ajuda de vendas anuncia palestra
em que a estrela é "Nenhum a
Menos" (Cinemax, 22h15; não
recomendado a menores de 12
anos).
Sabe-se, o filme de Zhang Yimou não tem muito nada a ver
com o assunto. Ele trata de uma
professorinha numa aldeia chinesa empenhada em reunir todos os seus alunos e não permitir que nenhum se perca.
Existe aí, é claro, um exemplo de esforço e determinação
-o que se pede mais do que tudo de jogadores de futebol e representantes de venda, embora
a palavra-chave, competitividade, domine todos os setores
da vida econômica.
Ora, o interessante no caso é
que "Nenhum a Menos" também não tem a ver com competição. É a professora e ela mesma. Ela e sua responsabilidade
pessoal e social. Não é um grande filme, longe disso. Mas usar
um filme chinês para esse fim é,
ao menos, uma vitória sobre velhos preconceitos.
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