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Crítica/ "Para Aceitá-la Continue na Linha"
Filme proporciona angustiante imersão em "disque-sequestro"
Novo trabalho da diretora Anna Muylaert estreia na TV Cultura neste sábado
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Situação rara no audiovisual brasileiro: uma semana depois da estreia
nos cinemas de seu "É Proibido Fumar", que recebeu sete prêmios do júri oficial (inclusive o
de melhor filme) no Festival de Brasília, a diretora e roteirista Anna Muylaert acompanhará o
nascimento de outro "filho".
Desta vez, pela TV.
Coprodução entre África Filmes (que assina "É Proibido
Fumar") e Gullane Entretenimento ("Chega de Saudade"),
"Para Aceitá-la Continue na Linha" será exibido no próximo
sábado, às 23h30, na sessão Telefilmes Cultura, que mobiliza
recursos do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura.
A história recriada por Muylaert proporciona angustiante
imersão no "disque-sequestro", modalidade de extorsão
operada de cadeias, por presos, com uso de celulares.
Clara (Bete Dorgam) corresponde ao protótipo da vítima
que o golpe espera encontrar.
Ela mantém rotina pacata com a empregada (Cida Almeida) e o cachorro em bairro de classe
média alta de São Paulo, mas ainda se preocupa o tempo todo com as três filhas adultas.
De uma delas (Maria Manoella), Clara fica sem notícias por
dois dias. Quando toca o telefone e o pesadelo tem início, ela
fornece as informações básicas para que os presos, no Rio de Janeiro, organizem um roteiro
de terror: a filha foi sequestrada, dizem eles, e será morta se a
mãe não fizer o que exigem.
O desespero que deixa Clara
às cegas, sem um segundo de
frieza que lhe possibilite duvidar do que ouve, se transforma
em aflição para o espectador:
parece incrível que alguém caia
nesse golpe, mas ele funciona
com base em "transe" executado por "domínio vocal", como
explica um delegado (participação breve e irônica de Lourenço Mutarelli).
PARA ACEITÁ-LA CONTINUE NA LINHA
Quando: sábado, às 23h30, na Cultura
Classificação: 12 anos
Avaliação: bom
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