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ROCK IN RIO 3
Espaço do festival voltado para o hip hop e a eletrônica recebe três artistas paulistas, com convidados
"Line up" da Tenda Eletro é dominado por DJs cariocas
BRUNA MONTEIRO DE BARROS
DA REDAÇÃO
Foi inevitável. Quem bateu o
olho no "line up" da Tenda Eletro
do Rock in Rio 3, que começa
amanhã, logo concluiu: há DJ demais do Rio e de menos do resto
do Brasil e, principalmente, de
São Paulo, indiscutivelmente o
centro da eletrônica brasileira.
Nas sete noites da tenda (cerca
de 25 atrações), estão programados quatro DJs da cena de São
Paulo: Marky, Rica Amaral e Camilo Rocha, além de Felipe Venancio, que é do Rio, mas é parte
integrante da noite paulistana. Já
as atrações cariocas são 11.
A noite de hip hop -as outras
são de trance (duas), tecno
(duas), drum'n'bass (uma) e house (uma)- não traz nenhuma
atração da terra da garoa.
Quando se trata de Rio-São
Paulo, a idéia de bairrismo é inerente: "O evento está puxando a
sardinha para o pessoal do Rio" é
frase comum quando esse é o assunto entre pessoas do meio.
Jomar Junior, um dos responsáveis pela escolha das atrações da
tenda, garante que não teve nada
de bairrismo. "Trazer um DJ para
o Rio conta passagem, hotel,
transporte e alimentação para ele
e um acompanhante", diz Junior,
chamando atenção para o fato de
a arena ser apenas uma pequena
parte do evento, não tendo assim
recebido muito dinheiro. "Sei
que, culturalmente, o underground de São Paulo não dá nem
para comparar com o do Rio."
A permissão para que cada um
dos DJs leve um convidado para
dividir o tempo de set coloca no
"line up" mais dois nomes de fora
do Rio: Marky vai receber Patife
(SP), e Camilo convida Anderson
Noise (BH). (Todos, assim como
Rica, são da gravadora Trama,
paulistana e a única que investe
na eletrônica underground.)
Assim, o panorama melhora
um pouco, mas o Rock in Rio fica
"devendo uma" para as cenas de
Curitiba e Goiânia, por exemplo.
Não que os artistas cariocas não
tenham mérito. Há bons nomes
representando a noite local, como
Ricardinho NS e o produtor Memê. Mas, como o cenário eletrônico ainda está "engatinhando" por
lá, poucos nomes chegaram a
ecoar fora dos limites da baía de
Guanabara. Quem sabe não é o
momento das surpresas?
Quanto às atrações internacionais, outro comentário é que dois
dos grandes nomes do "line up"
(Fabio e Westbam) tocaram no
Brasil em junho de 2000, no festival Skol Beats, e que o Rock in Rio
poderia ter investido em inéditos.
Para Roberto Pedrosa, responsável pela contratação dos DJs internacionais, eles ainda são inéditos no Rio. "Acho que o número
de pessoas do Skol Beats não invalida que eles toquem de novo,
ainda mais em outro Estado."
Além dos dois, a tenda vai receber de fora do Brasil, entre outros,
Jim Master & Lulu (casal residente do clube londrino Velvet
Room, de Carl Cox), o DJ de hip
hop Kool Herc e o som ambient
de Ibiza de José Padilha. Vale registrar a perda de Tricky na noite
de hip hop. Sua participação foi
cancelada na última semana.
Leia mais sobre o Rock in Rio 3 no especial da Folha Online
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