São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

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CINEMA/ESTRÉIAS

"OS GAROTOS DA MINHA VIDA"

Barrymore abandona imagem de garota fofa

Divulgação
A atriz Drew Barrymore, no filme "Os Garotos de Minha Vida"


FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Para quem produziu, com sucesso, um megaprojeto como "As Panteras", é de esperar que Drew Barrymore tenha um lado meio durão. Mas não foi essa a impressão causada pela atriz de 26 anos durante a entrevista à Folha, feita em um hotel de Los Angeles.
Barrymore não lembra mais a vulnerável menina que a consagrou, aos sete, em "E.T. - O Extraterrestre". Não grita por medo de alienígenas, mas quase chora em três ocasiões durante a conversa, por conta da invasão americana no Afeganistão.
"Estou tendo que reaprender a fazer meu trabalho nas atuais circunstâncias, porque a gente não sabe muito bem o que fazer ou como agir", diz Barrymore, visivelmente trêmula.
Por ter se reerguido na profissão, depois de uma adolescência em que teve problemas com drogas, e reconquistado uma posição confortável em Hollywood, Barrymore sente o peso da responsabilidade por um novo filme que vai contra sua imagem de garota fofa: possui uma legião de jovens fãs e é apaixonada por arranjos florais na cabeça e vestidinhos de primavera.
No drama "Os Garotos de Minha Vida", que estréia hoje no Brasil, foram investidos US$ 48 milhões para que a cineasta Penny Marshall contasse a história de uma jovem anti-Gwyneth Paltrow: desinteressante e grávida aos 15 anos, após uma noite de farra em um carro aos pedaços.
Além de aposentar precocemente seu sonho de se tornar uma escritora famosa, essa garota, para não desesperar a família, acaba se casando com o pai da criança, um drogado.
Trata-se da história real da escritora Beverly Donofrio, autora da biografia que também dá nome ao filme e que narra seus altos e baixos, dos 15 aos 36 anos. "Foi um grande desafio para mim, pois esse filme me deu a chance de interpretar alguém brutalmente honesto, uma mãe que não teve medo de analisar que, em certos períodos de sua vida, foi bastante egoísta", conta Barrymore. "Convenhamos, não é todo mundo que admite isso para si próprio."
Barrymore baseou sua personagem, que cria um filho até ele chegar aos 21 anos (interpretado na última fase pelo ator australiano Adam Garcia), na própria mãe, com quem ela passou a década de 90 inteira sem trocar uma palavra, até reatarem recentemente.
"Minha mãe é uma mulher muito excêntrica", diz a atriz. "Agora encaro numa boa. Vejo seu lado bom, e não mais suas falhas na minha criação."
De mãe incompreendida pelo filho, Barrymore dá um grande salto. Seus próximos projetos, além de uma continuação de "As Panteras", será o "remake" de "Barbarella", ficção-científica da década de 60 que transformou Jane Fonda em símbolo sexual, e "Confessions of a Dangerous Mind", com direção de George Clooney. (PAOULA ABOU-JAOUDE)


OS GAROTOS DA MINHA VIDA - Riding in Cars with Boys. Direção: Penny Marshall. Produção: EUA, 2001. Com: Drew Barrymore e Steve Zahn. Quando: a partir de hoje nos cines Unibanco Arteplex, Metrô Tatuapé e circuito


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