São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 2003

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TV ABERTA

Sinatra e Kelly dançam em musical "canto de cisne"

Férias de Verão
SBT, 14h30.   

(Tiny Toons Adventures - How I Spent My Vacations). EUA, 91. Direção: Rich Arons. Desenho animado em que grupo de personagens (Perninha, Lilika, Leiloca, Presuntinho etc.) vive as férias e suas aventuras.

Caçadores de Emoção
Globo, 16h15.   

(Point Break). EUA, 92, 117 min. Direção: Kathryn Bigelow. Com Patrick Swayze, Keanu Reeves. Os agentes Reeves e Busey infiltram-se em uma comunidade de surfistas na Califórnia, a fim de investigar um assalto. Swayze é quem os introduzirá na filosofia surfística.

Uma Lembrança no Meu Coração
Globo, 22h45.
 
(A Memory in My Heart). EUA, 99, 91 min. Direção: Harry Winer. Com Jane Seymour, Bruce Davison. Mulher amnésica consegue pista sobre o seu passado e tenta, a partir daí, recuperá-lo e reencontrar sua família.

O Encantador de Cavalos
SBT, 23h45.
  
(The Horse Whisperer). EUA, 98, 170 min. Direção: Robert Redford. Com Robert Redford, Kristin Scott Thomas. Tom Booker, rancheiro com a fama de encantador de cavalos, é convocado a cuidar de arredio animal, responsável por terrível acidente que vitimou uma menina e sua amiga. Ele vai tratar não só do cavalo, como das meninas e da mãe de uma delas.

Emmanuelle - Fantasias Secretas
Bandeirantes, 2h.
 
(Emmanuelle: Concealed Fantasy). 96, 95 min. Direção: Kevin Alber. Com Krista Allen, Paul Michael Robinson. Desta vez Emmanuelle dedica-se a ensinar os mistérios do sexo para visitantes vindos de outro planeta. Assim já é demais...

A Bela Ditadora Globo, 2h25.   
(Take me Out to the Ball Game). EUA, 49, 93 min. Direção: Busby Berkeley. Com Frank Sinatra, Gene Kelly. "Canto de cisne" meio raquítico de Berkeley, talvez o maior nome dos musicais em todos os tempos. Williams é a bela proprietária de um time de beisebol, às voltas com dois jogadores: Sinatra apaixona-se por ela; por Gene, ela é apaixonada. Só para fãs.

Attica, a Rebelião Sangrenta SBT, 2h45.   
(Attica). EUA, 80, 100 min. Direção: Marvin J. Chomsky. Com Charles Durning, George Grizzard. Reconstituição dos fatos ocorridos durante a sangrenta rebelião no presídio de Attica, em 1971. Feito para TV e acima da média.

Caçada Sangrenta
SBT, 4h30.
  
(Sharky's Machine). EUA, 81, 119 min. Direção: Burt Reynolds. Com Burt Reynolds, Vitorio Gassman. Policial na geladeira é deslocado para o setor de tráfico, o que lhe dá oportunidade de acertar contas com o gângster que causou sua desgraça (Gassman). Incursão honesta de Reynolds ao reino da direção (e do filme policial). (IA)


Em "Coisas Simples", olhares criam a diversidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O filme "As Coisas Simples da Vida" (amanhã, Telecine Emotion, 17h40) narra a vida de três gerações de uma família de Taiwan.
Mas a questão que coloca Edward Yang não é tanto a família, quanto as coisas simples. Um homem encontra uma mulher na saída do elevador, a horas tantas, e os dois perdem o fôlego. Não se vêem há milênios. Mas parece que não deixaram de pensar um minuto um no outro.
O homem está com um garoto, seu filho. Mais tarde, esse menino tem um entrevero com o professor que o acusa de ter trazido um preservativo para a escola.
Ao que o menino, Yang-Yang, retruca: "O que é um preservativo?". Logo depois ele vai mais incisivamente ao ponto: diz que o professor ouviu falar de algo, mas não viu. O professor remexe os bolsos do menino. Acha ali apenas uma bexiga de ar...
Está posta, então, a questão de Yang, Edward: mais do que de coisas simples, tudo ali é uma questão de olhar. Só o olhar prova. Mas o que prova o olhar? O que vejo não é o que você vê, diz Yang, o menino, em determinado momento.
Ninguém vê tudo, nem os pais, nem os mestres. O olhar é prova, apenas, de nossa parcialidade. Da parcialidade do olhar, que afinal é o que faz a diversidade infinita do mundo. Yang, o garoto, tem a percepção perfeita do cinema moderno, que substituiu ao olhar totalizante dos clássicos (que mimetiza o olhar de Deus) o olhar precário do homem.
Edward Yang, cineasta contemporâneo, inquieto, notável, encenará o olhar neste filme maravilhoso. E às 22h15, mesmo canal e dia, vale ver "Água Fria", do francês Olivier Assayas, que não só foi um dos primeiros críticos a detectar a explosão do cinema chinês, ainda no começo dos 80, como tomou a providência de casar com uma atriz chinesa (Maggie Cheung). Ele traz para o cinema francês um pouco da vitalidade desse velhíssimo novo mundo.


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