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TV ABERTA
Sinatra e Kelly dançam em musical "canto de cisne"
Férias de Verão
SBT, 14h30.
(Tiny Toons Adventures - How I Spent My
Vacations). EUA, 91. Direção: Rich Arons.
Desenho animado em que grupo de
personagens (Perninha, Lilika, Leiloca,
Presuntinho etc.) vive as férias e suas
aventuras.
Caçadores de Emoção
Globo, 16h15.
(Point Break). EUA, 92, 117 min. Direção:
Kathryn Bigelow. Com Patrick Swayze,
Keanu Reeves. Os agentes Reeves e
Busey infiltram-se em uma comunidade
de surfistas na Califórnia, a fim de
investigar um assalto. Swayze é quem os
introduzirá na filosofia surfística.
Uma Lembrança no Meu Coração
Globo, 22h45.
(A Memory in My Heart). EUA, 99, 91 min.
Direção: Harry Winer. Com Jane
Seymour, Bruce Davison. Mulher
amnésica consegue pista sobre o seu
passado e tenta, a partir daí, recuperá-lo
e reencontrar sua família.
O Encantador de Cavalos
SBT, 23h45.
(The Horse Whisperer). EUA, 98, 170 min.
Direção: Robert Redford. Com Robert
Redford, Kristin Scott Thomas. Tom
Booker, rancheiro com a fama de
encantador de cavalos, é convocado a
cuidar de arredio animal, responsável
por terrível acidente que vitimou uma
menina e sua amiga. Ele vai tratar não só
do cavalo, como das meninas e da mãe
de uma delas.
Emmanuelle - Fantasias Secretas
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle: Concealed Fantasy). 96, 95
min. Direção: Kevin Alber. Com Krista
Allen, Paul Michael Robinson. Desta vez
Emmanuelle dedica-se a ensinar os
mistérios do sexo para visitantes vindos
de outro planeta. Assim já é demais...
A Bela Ditadora
Globo, 2h25.
(Take me Out to the Ball Game). EUA, 49,
93 min. Direção: Busby Berkeley. Com
Frank Sinatra, Gene Kelly. "Canto de
cisne" meio raquítico de Berkeley, talvez
o maior nome dos musicais em todos os
tempos. Williams é a bela proprietária de
um time de beisebol, às voltas com dois
jogadores: Sinatra apaixona-se por ela;
por Gene, ela é apaixonada. Só para fãs.
Attica, a Rebelião Sangrenta
SBT, 2h45.
(Attica). EUA, 80, 100 min. Direção:
Marvin J. Chomsky. Com Charles
Durning, George Grizzard.
Reconstituição dos fatos ocorridos
durante a sangrenta rebelião no presídio
de Attica, em 1971. Feito para TV e acima
da média.
Caçada Sangrenta
SBT, 4h30.
(Sharky's Machine). EUA, 81, 119 min.
Direção: Burt Reynolds. Com Burt
Reynolds, Vitorio Gassman. Policial na
geladeira é deslocado para o setor de
tráfico, o que lhe dá oportunidade de
acertar contas com o gângster que
causou sua desgraça (Gassman).
Incursão honesta de Reynolds ao reino
da direção (e do filme policial).
(IA)
Em "Coisas Simples", olhares criam a diversidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O filme "As Coisas Simples
da Vida" (amanhã, Telecine
Emotion, 17h40) narra a vida de
três gerações de uma família de
Taiwan.
Mas a questão que coloca Edward Yang não é tanto a família,
quanto as coisas simples. Um homem encontra uma mulher na
saída do elevador, a horas tantas,
e os dois perdem o fôlego. Não se
vêem há milênios. Mas parece que
não deixaram de pensar um minuto um no outro.
O homem está com um garoto,
seu filho. Mais tarde, esse menino
tem um entrevero com o professor que o acusa de ter trazido um
preservativo para a escola.
Ao que o menino, Yang-Yang,
retruca: "O que é um preservativo?". Logo depois ele vai mais incisivamente ao ponto: diz que o
professor ouviu falar de algo, mas
não viu. O professor remexe os
bolsos do menino. Acha ali apenas uma bexiga de ar...
Está posta, então, a questão de
Yang, Edward: mais do que de
coisas simples, tudo ali é uma
questão de olhar. Só o olhar prova. Mas o que prova o olhar? O
que vejo não é o que você vê, diz
Yang, o menino, em determinado
momento.
Ninguém vê tudo, nem os pais,
nem os mestres. O olhar é prova,
apenas, de nossa parcialidade. Da
parcialidade do olhar, que afinal é
o que faz a diversidade infinita do
mundo. Yang, o garoto, tem a
percepção perfeita do cinema
moderno, que substituiu ao olhar
totalizante dos clássicos (que mimetiza o olhar de Deus) o olhar
precário do homem.
Edward Yang, cineasta contemporâneo, inquieto, notável, encenará o olhar neste filme maravilhoso. E às 22h15, mesmo canal e
dia, vale ver "Água Fria", do francês Olivier Assayas, que não só foi
um dos primeiros críticos a detectar a explosão do cinema chinês,
ainda no começo dos 80, como tomou a providência de casar com
uma atriz chinesa (Maggie
Cheung). Ele traz para o cinema
francês um pouco da vitalidade
desse velhíssimo novo mundo.
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