São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2000


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O HOMEM BICENTENÁRIO
Robô também chora em "Bicentenário"

PAULO VIEIRA
especial para a Folha

Como Andrew, o protagonista de "O Homem Bicentenário", vai viver 200 anos, até que não sofremos tanto com os 130 minutos de projeção. Podia ser mais. Adaptado de um conto de Isaac Asimov, o homem em questão começa sua vida andróide encarregado de tarefas domésticas na casa de um liberal de vida fácil americano e termina Matusalém, tendo renunciado à imortalidade.
O potencial lacrimoso do argumento, já se vê, é enorme. E Chris Columbus não quer perder de vista, nem por um segundo, os US$ 100 milhões investidos.
Columbus usa recursos que talvez se imponham sozinhos no cinema americano: panorâmicas, zoons alternados, cordas de orquestra por longos minutos. Piadas, claro, evidenciando a confusão, contradição e imprevisibilidade da condição humana. Robin Williams, eclipsado pela própria roupa que enverga na primeira parte do filme, dá show de dicção e movimentos robóticos. Seu desafio é revelar-se inexpressivo, tarefa dura para canastrões.
Apesar da tradução esdrúxula para o português do título -nos remete a festas cívicas paulistas- , "O Homem" vai fazer sucesso. Andrew cabala o tempo todo a simpatia do espectador em sua ânsia por ter seu coração "humano" reconhecido. Chega mesmo a enfurnar-se num tribunal, lutando para ser admitido no reino dos homens. "O Homem", por suas qualidades técnicas, pela linearidade do roteiro e por suas ambições comerciais, é o tipo de filme que o cinema brasileiro jamais sonhou em produzir. Há sempre os que acham isso um problema.


Avaliação:  


Filme: O Homem Bicentenário Direção: Chris Columbus Produção: EUA, 99 (130 min) Com: Robin Williams, Sam Neill, Oliver Platt, Embeth Davidtz Onde: a partir de hoje, nos cines Belas Artes, Paulista 2 e circuito


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