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São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 2003
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PERSONALIDADE O artista, que atuou em mais de 90 filmes e 30 novelas e minisséries, sofreu parada cardiorrespiratória ontem Morre, aos 82 anos, o ator José Lewgoy
DA SUCURSAL DO RIO José Lewgoy, um dos atores brasileiros mais versáteis e produtivos, morreu às 16h10 de ontem, aos 82 anos. Ele estava internado desde o dia 4 no hospital Samaritano (zona sul do Rio) e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Lewgoy atuou em mais de 90 filmes e em mais de 30 novelas e minisséries. "Ele era o cinema brasileiro. Atuou na chanchada, na pornochanchada, no cinema novo e chegou no moderno", disse o diretor Cacá Diegues. Filho de pai russo e mãe americana, Lewgoy nasceu em Veranópolis (RS) e começou a carreira no cinema em 1949, com o filme "Carnaval de Fogo". Nas chanchadas da Atlântida, era sempre o vilão que atormentava a dupla Oscarito e Grande Otelo. No cinema novo, se notabilizou como o governador populista Felipe Vieira, de "Terra em Transe", de Glauber Rocha. Filmou desde "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa" a "Fitzcarraldo" e "Cobra Verde", filmes do alemão Werner Herzog. Atuou também em "O Beijo da Mulher Aranha" e "O Quatrilho". Lewgoy morreu sem poder assistir ao lançamento de seu último filme, "Apolônio Brasil, Campeão de Alegria", dirigido por Hugo Carvana. Sua morte também interrompeu o projeto de produzir um documentário sobre a própria carreira, que seria financiado pela Rio Filmes, da Prefeitura do Rio. Na televisão, o último trabalho do ator foi em 2001, na minissérie "Os Maias", da TV Globo. Lewgoy estudou arte dramática na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Viveu na Europa entre as décadas de 50 e 60 e chegou a se dedicar ao comércio de café. Nunca foi casado e não tinha filhos. O ator havia sido internado em virtude de uma infecção respiratória. Seu estado de saúde se agravou na última quinta-feira, quando precisou ser transferido de um quarto para a unidade coronariana do Samaritano. O corpo de José Lewgoy está sendo velado no tradicional cinema Odeon, na Cinelândia, no centro do Rio, e será cremado hoje, às 16h. Suas cinzas serão levadas para Porto Alegre, como era de seu desejo. Sobrinho de Lewgoy, Zélio Wilton Hocsman disse que pretende jogar as cinzas do ator em cima do teatro São Pedro, na capital gaúcha, onde ele começou a sua carreira em 1944. O mau humor e a impaciência foram as características mais lembradas pelos amigos. "Ele era um homem de muitas facetas, além de ator excepcional era um ótimo pensador. Estava sempre a serviço do personagem. Em "Terra em Transe" ele fez daquele líder populista uma das maiores interpretações de sua carreira", disse o produtor Luiz Carlos Barreto. Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Repercussão Índice |
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