São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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Diretor do "Big Brother" pede para sair

J.B. de Oliveira deixa o cargo que ocupava desde 2001; saída não estaria vinculada à queda de audiência

DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA

O diretor-geral do "Big Brother Brasil", J.B. de Oliveira, o Boninho, pediu afastamento do cargo, que ocupa desde 2001, quando o programa começou a ser produzido. Boa parte do sucesso do "Big Brother" brasileiro é atribuído a Boninho.
A auto-indicação de Boninho ao "paredão" da Globo aponta para uma tendência de esgotamento do programa, mas não teria a ver com a queda de audiência que o "reality show" registra nesta sétima edição.
As edições de terça-feira de "BBB", que marcavam 50 pontos no Ibope há dois anos, caíram para 41 neste ano. O "reality" perdeu alguns pontos para "Vidas Opostas", da Record, mas continua sendo um megassucesso de audiência (dá mais do que "A Grande Família", que vai ao ar na mesma faixa de horário) e de faturamento.
Além disso, em 2005, "BBB" era precedido pela novela "Senhora do Destino", maior audiência das 21h nesta década, que encerrava os capítulos marcando mais de 60 pontos. Hoje, "Páginas da Vida" dificilmente passa dos 50.
Na semana passada, "BBB 7" deu sinais de reação. Graças à indicação ao "paredão" de um personagem acusado de homofobia, o programa finalmente "repercutiu", virou assunto nas rodas de conversas.
A Folha apurou que "BBB 7" teve um início tumultuado nos bastidores. Diretores da Globo acharam o elenco desinteressante para o telespectador mais pobre. Sobrou até para Pedro Bial. O apresentador, avaliou-se na Globo, não conseguiu entrar em "sintonia" com a casa, entrosar-se com os participantes, perdeu a agilidade que demonstrou em outras edições. Não entrou no ar.
O diretor Boninho nega haver qualquer problema com o jornalista. "Pedro dá um show no comando e participa ativamente de tudo", afirma. Perguntado sobre eventuais mudanças nas próximas edições, ele se entrega: "Provavelmente, a mudança será na direção, já estamos discutindo isso", afirmou, via e-mail.
Boninho não revelou os motivos de seu pedido de afastamento do programa. A pessoas próximas, ele confidenciou que está cansado, que não agüenta mais ficar sem ver os filhos nas férias. Além disso, não estaria mais suportando a pressão da cúpula da Globo, que reclama de quase tudo do "reality show", da música que toca nas festas ao som sobreposto aos palavrões dos participantes.
Para Boninho, "Big Brother Brasil" "pode durar muito" -a Globo já comprou diretos para exibi-lo até 2011. O diretor acha "que ainda é cedo" para trocar os participantes anônimos por famosos. "O maior desafio seria o elenco. Não seria interessante escalar um grupo sub-VIP. E convencer estrelas "reais" a participar de um programa como esse, com três meses de exposição, vai dar trabalho", afirma.
Boninho não acredita que o maior número de participantes (16 começaram o programa neste ano) tenha afastado o telespectador no início. "Fizemos a opção de colocar mais pessoas para dar tempo ao público se acostumar e conhecê-los melhor. A casa vai bem, os participantes estão funcionando como imaginávamos. O jogo está melhor e nos livramos do espírito chato e de união do "BBB 6". Temos intrigas, romances, panelinha, traição. Está tudo aí", defende Boninho.


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