São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

Centro cultural aumenta espaço expositivo para abrigar definitivamente acervo da Pinacoteca Municipal

CCSP abre exposições de 2004 mais amplo

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro Cultural São Paulo (CCSP) inicia hoje, para o público, seu programa de exposições de 2004, com uma novidade significativa: a ampliação do próprio espaço expositivo, que permitirá que o acervo da Pinacoteca Municipal ganhe uma residência definitiva.
Em números, a mudança parece pequena: 250 m2 foram agregados à área dedicada às artes plásticas, totalizando 2.500 m2 no piso Caio Graco. Entretanto a retirada dos banheiros até então existentes -o que permitiu tal ampliação- gerou um espaço com maior fluidez e as exposições ganham maior unidade. O responsável pelo projeto é o arquiteto Humberto Pio Guimarães, que também passa a assinar a cenografia das exposições.
"Foram necessários três anos para conseguirmos essa transformação. Mas ela não vai parar por aqui", conta Stella Teixeira de Barros, diretora do setor de artes plásticas do CCSP. Até o fim do ano, Barros prevê a instalação definitiva da Pinacoteca Municipal, o acervo de obras de arte da Prefeitura de São Paulo.
Sem uma sede definitiva, a prefeitura pretendia instalar a coleção num dos pavilhões do parque Ibirapuera, onde por algum tempo funcionou a Pinacoteca do Estado, mas que acabou destinado para o Museu Afro-Brasil, que está sendo organizado por Emanoel Araújo.
A coleção da Pinacoteca Municipal, hoje guardada na reserva técnica do CCSP, começou a ser formada na década de 40, por iniciativa de Sérgio Milliet (1898-1966), na sua gestão como diretor da Divisão de Bibliotecas, apesar de algumas obras terem sido adquiridas em governos anteriores. Com Milliet criou-se a primeira coleção pública modernista da cidade.
"Queremos exibir o acervo de forma permanente, pois ele tem um função social que não é cumprida", diz Barros. Pequenas reformas serão realizadas para que a coleção seja visitada. Um auditório no piso Caio Graco será removido, e a escultura "Eva", de Victor Brecheret, hoje na entrada do CCSP, ganhará novo destino.
O acervo, bastante diversificado, reúne várias preciosidades, como a tela "Vila de Ipojuca" (1640), do pintor holandês Frans Post (1612-80), que tem apenas 160 telas no mundo, e obras do alemão Rugendas (1802-58), que comparece com 69 desenhos.
Mas a parte mais significativa da coleção concentra-se em arte moderna, como no retrato de Mário de Andrade, pintado por Flávio de Carvalho, em 1939, ou no "Estudo para Negra" (1923), de Tarsila do Amaral. A coleção conta ainda com obras de Portinari, Volpi e Anita Malfatti, entre outros. A instalação da coleção no CCSP deve culminar com a mudança do nome do próprio acervo. "Pinacoteca Municipal não é um termo adequado, você tem alguma sugestão?", pergunta Barros.


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