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ARTES PLÁSTICAS
Centro cultural aumenta espaço expositivo para abrigar definitivamente acervo da Pinacoteca Municipal
CCSP abre exposições de 2004 mais amplo
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Centro Cultural São Paulo
(CCSP) inicia hoje, para o público, seu programa de exposições
de 2004, com
uma novidade significativa: a ampliação do próprio espaço expositivo, que permitirá que o acervo
da Pinacoteca Municipal ganhe
uma residência definitiva.
Em números, a mudança parece
pequena: 250 m2 foram agregados
à área dedicada às artes plásticas,
totalizando 2.500 m2 no piso Caio
Graco. Entretanto a retirada dos
banheiros até então existentes
-o que permitiu tal ampliação-
gerou um espaço com maior fluidez e as exposições ganham
maior unidade. O responsável pelo projeto é o arquiteto Humberto
Pio Guimarães, que também passa a assinar a cenografia das exposições.
"Foram necessários três anos
para conseguirmos essa transformação. Mas ela não vai parar por
aqui", conta Stella Teixeira de
Barros, diretora do setor de artes
plásticas do CCSP. Até o fim do
ano, Barros prevê a instalação definitiva da Pinacoteca Municipal,
o acervo de obras de arte da Prefeitura de São Paulo.
Sem uma sede definitiva, a prefeitura pretendia instalar a coleção num dos pavilhões do parque
Ibirapuera, onde por algum tempo funcionou a Pinacoteca do Estado, mas que acabou destinado
para o Museu Afro-Brasil, que está sendo organizado por Emanoel
Araújo.
A coleção da Pinacoteca Municipal, hoje guardada na reserva
técnica do CCSP, começou a ser
formada na década de 40, por iniciativa de Sérgio Milliet (1898-1966), na sua gestão como diretor
da Divisão de Bibliotecas, apesar
de algumas obras terem sido adquiridas em governos anteriores.
Com Milliet criou-se a primeira
coleção pública modernista da cidade.
"Queremos exibir o acervo de
forma permanente, pois ele tem
um função social que não é cumprida", diz Barros. Pequenas reformas serão realizadas para que
a coleção seja visitada. Um auditório no piso Caio Graco será removido, e a escultura "Eva", de
Victor Brecheret, hoje na entrada
do CCSP, ganhará novo destino.
O acervo, bastante diversificado, reúne várias preciosidades,
como a tela "Vila de Ipojuca"
(1640), do pintor holandês Frans
Post (1612-80), que tem apenas
160 telas no mundo, e obras do
alemão Rugendas (1802-58), que
comparece com 69 desenhos.
Mas a parte mais significativa da
coleção concentra-se em arte moderna, como no retrato de Mário
de Andrade, pintado por Flávio
de Carvalho, em 1939, ou no "Estudo para Negra" (1923), de Tarsila do Amaral. A coleção conta ainda com obras de Portinari, Volpi e
Anita Malfatti, entre outros. A
instalação da coleção no CCSP deve culminar com a mudança do
nome do próprio acervo. "Pinacoteca Municipal não é um termo
adequado, você tem alguma sugestão?", pergunta Barros.
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