São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2005

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Produtor sueco toca no D-Edge

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Difícil encontrar produtor mais prolífico e elástico do que Jesper Dahlbäck. O sueco assina alguns dos mais tocados hits nas pistas do mundo e transita sem qualquer derrapagem entre a deep house e um tecno funkeado.
Pela primeira vez no Brasil, Dahlbäck, 30, toca hoje na noite Freak Chic, no D-Edge.
O poderio de produção do sueco pode ser medido por "Murder Was the Bass". A faixa, produzida por Dahlbäck e Thomas Krome sob a alcunha DK8, foi -e ainda é- tocada por nove entre dez DJs de tecno há mais de dois anos. No final do ano passado, a música ganhou novo fôlego ao ser remixada por Chris Liebing e pela dupla Chirstian Smith/John Selway.
"Não sei se o público está cansado dessa música. Mas o engraçado é que esses remixes que eles fizeram foram em cima de uma versão já remixada. Então é o remix do remix", brinca Dahlbäck.
Mas o sueco não é um "one hit wonder". Dahlbäck também assina o elogiado EP "Stay with the Machine" (com Stephan Grieder), além de "Real Jazz".
Em 2004, sob o nome Lenk, Dahlbäck entrou no estúdio com Adam Beyer e com o canadense Tiga. Saíram com duas faixas: "Ananda" e "Heartbreak", já presenças constantes nas pistas.
"Tiga é um grande amigo, sempre nos divertimos juntos. Os vocais vieram depois de uma discussão que tivemos. Pedimos pizza e ficamos conversando sobre o futuro do mundo. E o Tiga se baseou nessa discussão para fazer os vocais", lembra. "Não dá para rotular essas faixas. Digo que têm atitude. Há tantos subgêneros atualmente... Mas acho que o melhor jeito de descrever minhas produções é "classic sound"."
A experiência de usar vocais estimulou Dahlbäck. "As pessoas estão acostumadas a ouvir uma canção com vocais. Mas tradicionalmente a dance music é instrumental. Isso é o que faz essa cena tão especial."
DJ e produtor há pouco mais de dez anos, Dahlbäck começou no universo eletrônico após se encontrar com Adam Beyer num trem, indo para a Love Parade de Berlim. Retornaram a Estocolmo e criaram o Globe Studios, onde produzem tecno e house.
"Nunca estudei música. Não achava que iria fazer isso por tanto tempo. Na minha família há alguns músicos. Meu primo [John Dahlbäck] é produtor também", diz. "Comecei ouvindo hip hop, no final dos anos 80. Só comecei seriamente a produzir em 1993."
Autor de um disco de estúdio, "Stockholm", ele prepara um álbum com Mark O'Sullivan, sob o projeto DK7. "Deve sair daqui a uns quatro meses, pelo selo Output. Mas apenas metade das músicas são para as pistas."
Sobre a cena sueca, que tem nomes de peso como Adam Beyer, Cari Lekebusch e Samuel L. Session, Dahlbäck diz que é um ambiente produtivo.
"Ultimamente parece que o tecno é uma especialidade sueca... Somos amigos. Há uma espécie de competição amistosa para ver quem produz melhores faixas. Trocamos idéias, falamos sobre novas tecnologias."

Lov.e
Se a eletrônica sueca dás as cartas no D-Edge, o Lov.e será casa de electro e tecno hoje.
O francês Kraft, residente do clube Rex, de Paris, é o convidado internacional da noite Technova. Ao lado dele, tocam os brasileiros Maurício Lopes, escalado para o Skol Beats, Oscar Bueno e Magal.


Freak Chic
Com:
Jesper Dahlbäck, Renato Ratier, Marcos Morcerf
Onde: D-Edge (al. Olga, 170, tel. 0/xx/ 11/3667-8334)
Quando: hoje, a partir das 24h
Quanto: de R$ 20 a R$ 30

Technova
Com:
Kraft, Oscar Bueno, Maurício Lopes, Magal
Onde: Lov.e (r. Pequetita, 189, tel. 0/xx/ 11/3044-1613)
Quando: hoje, a partir das 24h
Quanto: de R$ 20 a R$ 35


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