Ex-mulher de Serge Gainsbourg, ela canta maioria das músicas em inglês

DA REPORTAGEM LOCAL

A cantora, atriz, diretora de cinema e musa Jane Birkin está de volta ao Brasil para três shows. O primeiro acontece hoje no Bourbon Street, em SP.
Há pouco mais de três anos, Birkin se apresentou na abertura da Mostra Internacional de Cinema, no Sesc Pinheiros, onde canta novamente na sexta, com ingressos esgotados. Antes, na quinta, ela faz show no Canecão, no Rio.
Aos 61 anos, a inglesa radicada na França há mais de 30 anos mostra aqui o seu mais recente disco, "Fictions", de 2006. O repertório surpreende pela modernidade, com composições de artistas como Magic Numbers, Beth Gibbons, Rufus Wainwright e releituras de Tom Waits e Neil Young. No show, ela deve cantar ainda "Leãozinho", de Caetano Veloso, que gravou em seu disco anterior, "Rendez-Vous". "Fictions" é o primeiro álbum em que Birkin canta a maioria das músicas em inglês e, segundo a própria, é uma volta a suas origens.
"A primeira música do disco é "Home", escrita por Neil Hannon, da banda The Divine Comedy, e fala sobre a infância, que talvez seja aquilo a que todos gostariam de voltar, mas que não é possível", disse ela em uma entrevista à CNN. A última canção do disco, "Image Fantôme - Pavane Pour une Infante Défunte", é uma referência à lenda da "chanson française" Serge Gainsbourg, seu segundo marido.
É quase impossível falar de Birkin sem mencionar seus casamentos. Foram três: com o compositor John Barry (criador do tema de "007"), com Gainsbourg e com o diretor Jacques Doillon. Teve uma filha em cada casamento -a mais famosa é Charlotte Gainsbourg, também atriz e cantora. Além de musa de seus célebres companheiros, Birkin inspirou uma das criações mais cobiçadas do mercado de luxo, a bolsa Birkin, produzida pela Hermès, que custa cerca de US$ 8.000 (aproximadamente R$ 13,4 mil) e tem fila de espera de meses. Entre seus feitos, está também o primeiro nu frontal do cinema, no filme "Blow Up - Depois Daquele Beijo", do italiano Antonioni.
A carreira cinematográfica de Birkin caminha ao lado da musical e continua frutífera. Em 2006, ela estreou na direção com "Boxes", que exibiu no Festival do Rio.