São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Festival de percussão chega a São Paulo e vai a Paris

especial para a Folha


A sétima edição do PercPan (Panorama Percussivo Mundial), que há seis anos acontecia apenas em Salvador, chega a São Paulo, nos dias 19 e 20, no teatro Alfa, para depois, dias 26 e 28, em Paris, percutir o forte pulsar de suas atrações (veja quadro ao lado).
Em 99, o show do indiano Zakir Hussain deu ao público o máximo do que pode haver em música, o que não difere da atual programação, que promete ótimas surpresas.
Na capital da percussão, Salvador, a abertura do festival acontece amanhã, com Gilberto Gil e Naná Vasconcelos promovendo um cortejo.
Nele, haverá fanfarras, percussionistas mirins do Olodum e o Ilê Aiyê, entre outros músicos, que têm por destino a praça Campo Grande, em frente ao teatro Castro Alves, para encenarem uma ópera percussiva.
O teatro abriga, de 13 a 15 de abril, a arte musical de diversos pontos do planeta, com alguns destaques internacionais, como a jamaicana Rita Marley (leia entrevista acima), o grupo africano de pigmeus Aka, da África Central, o marroquino Hassan Hakmoun e as moças de Botsuana Map Marimba Girls Plus.
Os pigmeus trazem, como uma das características de sua arte sonora, o entoar de cantos polifônicos (combinando dois ou mais sons simultaneamente), por meio de vozes emitidas pelo peito e pela cabeça -técnica utilizada pela líder do Zap Mama, Marie Daulne-, além de instrumentos simples feitos com elementos naturais encontrados nas florestas.
Hassan Hakmoun executa canções de Gnawa que provavelmente chegaram a Marrocos pelo sul do Saara, trazidas por escravos e mercadores, e há séculos são usadas para expulsar espíritos não gratos, além de, por vezes, reclamarem situações de exílio e escravidão, por meio de suas letras.
As integrantes do Map Marimba Girls Plus mostram que a marimba também pode ser tocada por mulheres, o que antes era proibido por sua rígida tradição.
A batida do Brasil se faz presente por meio do som de Lenine e Pife Muderno, além das cantadoras e tocadoras de coco As Ceguinhas de Campina Grande.
Martinho da Vila e várias cantoras, como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Fafá de Belém e Cássia Eller, são algumas das outras atrações. O festival também oferece workshops, mas só em Salvador.
(CARLOS BOZZO JUNIOR)


Texto Anterior: Que rufem os tambores
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.