LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O rock alternativo americano e o desértico cenário brasileiro de shows internacionais promovem hoje a insólita conexão Chapel Hill-Piracicaba. A valente banda de punk pop Superchunk, da Carolina do Norte, inicia esta noite, no interior paulista, uma importante turnê de nove shows no país.
Há dez anos heróis da guitarra independente, o grupo vem pela segunda vez ao Brasil com a missão de propagar os ensinamentos de seu novo álbum, "Come Pick Me Up", cartilha de rock honesto boa de ouvir.
O Superchunk, que tocou por aqui em 1998, volta ao Brasil pelas mãos da esforçada Motor Music, gravadora mineira que tem a mania de conciliar o lançamento de ótimos discos com a iniciativa de trazer ao Brasil grandes grupos pequenos.
A turnê, de Piracicaba, segue amanhã para Goiânia e tem passagem prevista em São Paulo para a próxima terça, dia 16, em show na Broadway (leia a rota completa abaixo).
"Sei que o rock independente tem vida dura no Brasil , mas vocês aí têm um público de uma energia impressionante, como conferimos nos lugares que tocamos em 98. Conhecemos boas bandas aí e estamos sempre recebendo material do Brasil aqui nos EUA", contou por telefone à Folha, direto de Chapel Hill, o líder Mac McCaughan, enquanto fazia as malas para vir ao país.
Essa "energia impressionante" a que Mac se refere não deve ser a mesma que o guitarrista/vocalista pode experimentar se arriscar a mostrar as canções de seu trabalho solo aos fãs de sua banda no Brasil.
É que, Superchunk à parte, Mac lança em 2001 dois EPs de cinco músicas intitulados "De Mel, de Melão", compostos por sucessos brasileiros tais quais "Clareana", de Joyce, "Baby", de Caetano Veloso, e "Lamento Sertanejo", de Gilberto Gil, uma versão inglês e outra em português.
Mesmo sem confirmar encontros com os artífices da MPB, Mac garante aos roqueiros que estarão em seus shows a partir de hoje: "Só vai ter Superchunk".