São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2001 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Máfia a la Tarantino
MILLY LACOMBE FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES Ele já foi chamado de gênio (explica-se: a trama de seus filmes é tão complicadamente emaranhada que só poderia ser bolada por imbecis ou gênios e, na dúvida, ele sai beneficiado), de Tarantino inglês (por causa da linguagem "pulpfictiana" que usa), de hipócrita (nasceu em berço esplêndido, mas se identifica mesmo com a classe trabalhadora inglesa) e de machista (seus filmes são testosterona em estado puro). Mas Guy Ritchie, 32, também conhecido como o marido de Madonna, defende-se dizendo que é apenas um homem fascinado por subculturas, sejam elas quais forem. E com "Snatch" -cuja história envolve roubo de diamantes, lutas de boxe e porcos-, esse roteirista/diretor que abandonou os estudos aos 15 anos prova que é craque em um gênero cinematográfico só seu, o da comédia do gângster pós-moderno infiltrado na classe trabalhadora inglesa. Mas essa fórmula deve acabar aqui, já que seu próximo filme é um drama passado no século 16. Foi para o lançamento de "Snatch" -que, a propósito, entre outras coisas, é uma das gírias para identificar a genitália feminina- que Ritchie recebeu a Folha em Los Angeles. Leia abaixo os principais trechos da entrevista. Folha - Suas histórias são sempre
complicadas, cheias de divisões e
subdivisões. Como você faz para
organizar as idéias no roteiro? Folha - E isso é culpa da sua notória baixa resistência à monotonia? Folha - Quanto pelo atraso? Folha - Quem foi o mais multado? Folha - Brad Pitt pediu para trabalhar com você? Folha - Alguma coisa contra sexo
em seus filmes? Folha - Que tal ação com mulheres, para acabar com essa imagem
de que seus filmes são machistas? Folha - Podemos esperar Madonna no elenco? |
|