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TELEVISÃO
Globo revê o roubo da Jules Rimet
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um dos episódios de maior comoção pública dos anos 80, o roubo da taça Jules Rimet, prêmio pelo tricampeonato brasileiro na
Copa de 1970, foi reconstituído
para o programa "Linha Direta
Justiça", que será exibido às vésperas do início do Mundial da
Alemanha, marcado para o próximo dia 9.
As gravações terminaram na semana passada. "A idéia surgiu pela ocasião. Desconheço se houve
algum outro programa na TV sobre o tema. Talvez essa mesma
história não tivesse força se contada longe do período da Copa; não
sei dizer", comenta o diretor-geral
da atração, Milton Abirached.
Para o programa, que vai ao ar
no dia 1º de junho, por volta das
23h, foram escalados atores, construída uma réplica da Jules Rimet
e eleitos como cenários do episódio algumas ruas do centro e de
bairros cariocas, além de estúdios
e cidades cenográficas da Central
Globo de Produção, o Projac.
Réplica no cofre
A taça pesava 4 kg -sendo 1,8
kg de ouro puro- e tinha 30 cm
de altura, incluindo uma base de
mármore para seu apoio. Ficou
em posse da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol), envolta
num vidro blindado, porém
emoldurada por madeira, o que
facilitou o roubo. Dentro de um
cofre, em vez da original, ficava a
réplica do troféu.
O "Linha Direta Justiça" mostrará desde o planejamento do
crime até sua execução. As pesquisas para reconstruir a história
foram feitas com policiais, investigadores e com base no processo
e em arquivos de notícias.
O programa também trará depoimentos de ex-jogadores como
Pelé, Rivelino e Gérson, que falam
sobre o significado do roubo da
taça para o país, na mistura de jornalismo e dramaturgia típica do
programa.
Julgamento
O roubo foi julgado em 1988,
mas os envolvidos ficaram pouco
tempo na prisão. O argentino
Juan Carlos Hernandez, que teria
sido o responsável pelo derretimento da taça, nunca foi preso
pelo crime, mas sim por tráfico de
drogas. Outro participante, José
Luís Vieira, o Bigode, foi preso em
1995 e passou três anos na cadeia,
mas ganhou liberdade condicional e, atualmente, vive no Rio.
Segundo Abirached, a produção tentou falar com os envolvidos no roubo da taça ainda vivos,
mas eles se negaram a conversar
sobre o assunto. "Não há certezas,
não se sabe ao certo quem fez o
quê na história. Todos foram trapalhões: os ladrões, a polícia e a
Justiça", comenta o diretor-geral.
Para o diretor Márcio Trigo, o
episódio será marcado pelo tom
irônico. "A gente quer mostrar a
trapalhada do caso e o quão afetivo foi o roubo da taça para o país.
A partir dele, mudou a política e o
nível de segurança da Fifa."
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