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OPINIÃO
Programação arrisca pouco e está careta
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um lado, artistas
consagrados, que
atraem bom público e
que, por isso, não necessitariam de apoio do governo para
fazer show. No outro lado, artistas novos, que podem trazer
algo inovador, mas que não
possuem público expressivo.
Equacionar esses dois opostos é um desafio não apenas da
Virada Cultural, mas de toda a
cultura no Brasil -é, no fundo,
a principal discussão que se faz
em relação a leis de incentivo.
Até o ano passado, a programação da Virada conseguiu
unir de maneira mais ou menos
satisfatória esses dois mundos.
Não é o que acontece em 2010.
Um orçamento de R$ 8 milhões possibilita ao evento bancar atrações de peso e respeito.
Mas o que temos neste ano?
Homenagem ao Abba (mais
uma?); show do Living Colour
(que não faz nada relevante há
uns 20 anos); apresentação do
LA Guns (a segunda versão do
LA Guns; a primeira deu origem ao Guns N'Roses; entendeu?). Salva-se Booker T., que
moldou o blues rock dos EUA.
A programação nacional não
é mais animadora. O palco roqueiro traz o que restou do Raimundos, além de Titãs (para
quê?) e CPM 22 tocando Ramones -até o Café Piu Piu tem
noites mais contemporâneas.
Tirando um ou outro nome
do samba (Nelson Sargento),
da MPB (Airto Moreira), temos
uma Virada Cultural careta,
preguiçosa, que arrisca pouco.
(THIAGO NEY)
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