São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2010

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OPINIÃO

Programação arrisca pouco e está careta

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um lado, artistas consagrados, que atraem bom público e que, por isso, não necessitariam de apoio do governo para fazer show. No outro lado, artistas novos, que podem trazer algo inovador, mas que não possuem público expressivo.
Equacionar esses dois opostos é um desafio não apenas da Virada Cultural, mas de toda a cultura no Brasil -é, no fundo, a principal discussão que se faz em relação a leis de incentivo.
Até o ano passado, a programação da Virada conseguiu unir de maneira mais ou menos satisfatória esses dois mundos. Não é o que acontece em 2010.
Um orçamento de R$ 8 milhões possibilita ao evento bancar atrações de peso e respeito.
Mas o que temos neste ano? Homenagem ao Abba (mais uma?); show do Living Colour (que não faz nada relevante há uns 20 anos); apresentação do LA Guns (a segunda versão do LA Guns; a primeira deu origem ao Guns N'Roses; entendeu?). Salva-se Booker T., que moldou o blues rock dos EUA.
A programação nacional não é mais animadora. O palco roqueiro traz o que restou do Raimundos, além de Titãs (para quê?) e CPM 22 tocando Ramones -até o Café Piu Piu tem noites mais contemporâneas.
Tirando um ou outro nome do samba (Nelson Sargento), da MPB (Airto Moreira), temos uma Virada Cultural careta, preguiçosa, que arrisca pouco.
(THIAGO NEY)


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