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"Celebrity" estréia
em setembro
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
"Desconstruindo
Harry" e o posterior
"Celebrity" (com estréia prevista para setembro) são ambos filmes de ajuste de contas.
Artistas em crise são os
protagonistas: um escritor em crise criativa
no primeiro, um jornalista com pretensões literárias no segundo.
O veterano Harry
Block serve para um balanço interno, e Woody
Allen não escapa de interpretá-lo. Já com o repórter insatisfeito Lee
Simon, o alvo é externo,
sinteticamente a "cultura da celebridade", e
Allen cede o posto a um
Kenneth Branagh que o
imita à exaustão.
As desventuras do recém-descasado Simon
cimentam a série de esquetes cômicos pela
qual Allen metralha a
sujeição da cultura de
massa à obsessão pela
fama. Famosos de fato e
de ficção sucedem-se
nessa comédia moral.
Tudo se passa como
se vivêssemos num gigantesco mundo de
Truman meticulosamente encenado a partir da dramaturgia da
revista "Caras".
Assim, Allen assume
o lugar da própria indústria nessa engrenagem mediocrizante,
transformando o oásis
de "A Rosa Púrpura do
Cairo" numa espécie de
Purgatório com ar-condicionado. Seu desconsolo jamais foi maior.
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