São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2001

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ERUDITO

Sob coordenação de Plácido Domingo, evento espanhol narra história do centro lírico europeu

Tenor dirige programa do teatro Real

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DE MADRI

A conturbada trajetória dos 150 anos do teatro Real em Madri, um dos mais importantes centros líricos da Europa, será recontada hoje em um evento que reúne fragmentos de óperas que marcaram a história do coliseu espanhol. O ato será retransmitido ao vivo pela TVE.
Sob a direção do tenor Plácido Domingo e do compositor Cristóbal Halffter, o objetivo é resgatar, por meio da música e de projeções, o início, os momentos de glória e os contratempos sofridos pelo teatro, que permaneceu fechado durante quase 80 anos.
"Para quem não conhece o teatro Real, essa será uma oportunidade única. Preparamos uma viagem musical imaginativa e divertida pelo tempo, um resgate de nossa história musical, que poderá ser acompanhada por todo o mundo", afirmou o gerente da Fundação Teatro Lírico, Juan Cambreleng, durante a apresentação do evento.
A definição do programa musical foi "muito meditada", segundo Plácido Domingo, que debuta como diretor do Coral e Orquestra Sinfônica de Madri.
"Fui convidado para cantar e rapidamente aceitei. Mas agora estou com um problema e não sei se poderei cantar. Então, recebi a proposta de dirigir a produção musical, o que é algo muito especial para mim", disse Domingo.
Na programação, foram incluídas árias de óperas de Donizetti, Verdi, Wagner, Bizet, Mascagni e Puccini, que serão representadas por novos e veteranos artistas, como Aquiles Machado, Alicia Nafé, Jaime Aragall, Ainhoa Arteta, María José Montiel, Ana María Sánchez e José Bros.
Haverá ainda uma mostra de duas das cinco novas óperas de autores espanhóis contemporâneos que estrearam após a última reabertura do teatro, em 1997.
Foi escolhido o coral da romaria de "Divinas Palabras", de Antón García Abril, e uma ária da ópera Don Quijote, "Hoy Comamos y Bebamos", de Cristóbal Halffter.
Para finalizar o evento, todos os artistas cantarão "Libiamo" (Brindis) de "La Traviata", dirigido também por Halffter.
Durante metade de seu século e meio de existência, o teatro Real esteve fechado como coliseu lírico. A falta de dinheiro e a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) surgiram como obstáculos para o desenvolvimento do teatro.
Desde que começou a ser construído, em 1918, passou por inúmeras paralisações. Serviu como salão de baile e, durante a Guerra Civil, como depósito de pólvora e quartel de policiais.
Os 90 minutos da grande festa da lírica espanhola serão retransmitidos ao vivo pela TVE, às 20h30 (15h30 no horário do Brasil).


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