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ERUDITO
Sob coordenação de Plácido Domingo, evento espanhol narra história do centro lírico europeu
Tenor dirige programa do teatro Real
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DE MADRI
A conturbada trajetória dos 150
anos do teatro Real em Madri, um
dos mais importantes centros líricos da Europa, será recontada hoje em um evento que reúne fragmentos de óperas que marcaram
a história do coliseu espanhol. O
ato será retransmitido ao vivo pela TVE.
Sob a direção do tenor Plácido
Domingo e do compositor Cristóbal Halffter, o objetivo é resgatar,
por meio da música e de projeções, o início, os momentos de
glória e os contratempos sofridos
pelo teatro, que permaneceu fechado durante quase 80 anos.
"Para quem não conhece o teatro Real, essa será uma oportunidade única. Preparamos uma viagem musical imaginativa e divertida pelo tempo, um resgate de
nossa história musical, que poderá ser acompanhada por todo o
mundo", afirmou o gerente da
Fundação Teatro Lírico, Juan
Cambreleng, durante a apresentação do evento.
A definição do programa musical foi "muito meditada", segundo Plácido Domingo, que debuta
como diretor do Coral e Orquestra Sinfônica de Madri.
"Fui convidado para cantar e rapidamente aceitei. Mas agora estou com um problema e não sei se
poderei cantar. Então, recebi a
proposta de dirigir a produção
musical, o que é algo muito especial para mim", disse Domingo.
Na programação, foram incluídas árias de óperas de Donizetti,
Verdi, Wagner, Bizet, Mascagni e
Puccini, que serão representadas
por novos e veteranos artistas, como Aquiles Machado, Alicia Nafé,
Jaime Aragall, Ainhoa Arteta, María José Montiel, Ana María Sánchez e José Bros.
Haverá ainda uma mostra de
duas das cinco novas óperas de
autores espanhóis contemporâneos que estrearam após a última
reabertura do teatro, em 1997.
Foi escolhido o coral da romaria
de "Divinas Palabras", de Antón
García Abril, e uma ária da ópera
Don Quijote, "Hoy Comamos y
Bebamos", de Cristóbal Halffter.
Para finalizar o evento, todos os
artistas cantarão "Libiamo"
(Brindis) de "La Traviata", dirigido também por Halffter.
Durante metade de seu século e
meio de existência, o teatro Real
esteve fechado como coliseu lírico. A falta de dinheiro e a Guerra
Civil Espanhola (1936-1939) surgiram como obstáculos para o desenvolvimento do teatro.
Desde que começou a ser construído, em 1918, passou por inúmeras paralisações. Serviu como
salão de baile e, durante a Guerra
Civil, como depósito de pólvora e
quartel de policiais.
Os 90 minutos da grande festa
da lírica espanhola serão retransmitidos ao vivo pela TVE, às
20h30 (15h30 no horário do Brasil).
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