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LITERATURA
Traduzido em 20 idiomas, poeta conquistou ontem o principal prêmio da língua portuguesa pelo conjunto da obra
Português Eugénio de Andrade leva Camões
DA REPORTAGEM LOCAL
O poeta português Eugénio de
Andrade, 78, conquistou o Prêmio Camões 2001. O anúncio
ocorreu ontem de manhã, em Lisboa. O valor é de US$ 50,7 mil.
Autor de livros como "As Palavras Interditas" (1951), "Obscuro
Domínio" (1972), "Matéria Solar"
(1980), "O Outro Nome da Terra"
(1988) e "Pequeno Formato"
(1997) -são mais de 30 títulos-,
Andrade foi contemplado pelo
conjunto de sua obra, conforme
declarou o ministro da Cultura de
Portugal, Augusto Santos Silva.
Foi a 13ª edição daquele que é
considerado o mais importante
prêmio da língua portuguesa, instituído em 1988 pelos governos do
Brasil e de Portugal.
Eugénio de Andrade foi traduzido em 20 línguas. Também como
tradutor, dedicou-se sobretudo às
obras de Safo e Lorca.
Autor de uma poesia classificada como "solar", tem influência
de Camilo Pessanha e Cesário
Verde. Avesso ao convívio social,
nunca compareceu às solenidades de entrega dos prêmios com
os quais foi agraciado.
Só cede quando acometido pela
"debilidade do coração, que é
amizade", como afirmou em certa
ocasião. Daí sua justificativa para
ter ingressado na Academia Mallarmé, de Paris, por exemplo.
Em 1993, sua obra foi objeto de
um colóquio internacional em
Portugal, a pretexto dos 50 anos
de sua estréia literária, com "Adolescente", que data de 1942.
Andrade é filho de camponeses.
Sua mãe foi considerada a "figura
tutelar e poética da sua vida". Como revela no verso "O quente de
uma vida infantil muito perto da
natureza mais elemental", a mãe
desempenha papel central em toda a sua poesia.
Andrade junta-se à galeria de
escritores de seu país, como José
Saramago (1995) e Sophia de Mello Breyner (1999), que já receberam o prêmio.
A edição do ano passado foi
conquistada pelo mineiro Autran
Dourado, o quinto brasileiro a levar o Camões. Os anteriores foram João Cabral de Melo Neto
(1990), Rachel de Queiroz (1993),
Jorge Amado (1994) e Antonio
Candido (1998).
O júri da edição de 2001 foi formado por três representantes de
cada país, conforme regulamentação do prêmio.
De Portugal, participaram as
acadêmicas Isabel Allegro de Magalhães e Maria Irene Ramalho
dos Santos e o escritor José Manuel Mendes. Do Brasil, o embaixador Alberto da Costa e Silva, o
acadêmico Dionísio Toledo e o
escritor Carlos Heitor Cony.
Com agências internacionais
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