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"SINBAD: A LENDA DOS SETE MARES"
Animação exibe resultado burocrático
DO CRÍTICO DA FOLHA
Mais uma vez, a animação
tradicional perde espaço
para a digital. Comparado com o
computadorizado "Procurando
Nemo", seu principal concorrente nesta temporada de férias, o
pincelado "Sinbad: A Lenda dos
Sete Mares" perde feio. Nem tanto
pela diferença das técnicas, mas
principalmente pela dramaturgia.
Fica a impressão de que os estúdios, em seus projetos "tradicionais", têm investido muito pouco
nas etapas preliminares (roteiro,
estrutura etc.). E, se esses projetos
são tocados burocraticamente,
apresentam resultados idem.
Isso se fez sentir nos EUA, onde
"Sinbad" teve uma resposta decepcionante. Visualmente, até
que o filme é bonito, se permitindo um cenário menos realista que
o mar de "Procurando Nemo".
Mais adequado para crianças
maiores de seis anos (há lutas de
espada violentas), "Sinbad" assume o caráter de fábula a ponto de
apresentar uma deusa como uma
das personagens principais e de
mostrar a Terra plana. Um dos
pontos altos é quando o barco de
Sinbad chega ao "fim da Terra" e
o mar se derrama no espaço.
Mas os personagens têm pouco
charme. Principalmente porque,
ao contrário dos cenários, fundos,
e mesmo dos monstros, deslumbrantes, os desenhos do trio de
heróis são artificiais, o que dificulta a identificação das crianças.
O mais estranho, talvez, seja a
"fotografia" do filme. Explicando
melhor: as sombras desenhadas
nos rostos são excessivamente
marcadas e terminam chamando
mais atenção do que qualquer outra coisa.
(PEDRO BUTCHER)
Sinbad: A Lenda dos Sete Mares
Sinbad: Legend of the Seven Seas
Produção: EUA, 2003
Direção: Patrick Gilmore e Tim Johnson
Onde: a partir de hoje nos cines Anália
Franco, Center Iguatemi e circuito
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