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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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"SINBAD: A LENDA DOS SETE MARES"

Animação exibe resultado burocrático

DO CRÍTICO DA FOLHA

Mais uma vez, a animação tradicional perde espaço para a digital. Comparado com o computadorizado "Procurando Nemo", seu principal concorrente nesta temporada de férias, o pincelado "Sinbad: A Lenda dos Sete Mares" perde feio. Nem tanto pela diferença das técnicas, mas principalmente pela dramaturgia.
Fica a impressão de que os estúdios, em seus projetos "tradicionais", têm investido muito pouco nas etapas preliminares (roteiro, estrutura etc.). E, se esses projetos são tocados burocraticamente, apresentam resultados idem.
Isso se fez sentir nos EUA, onde "Sinbad" teve uma resposta decepcionante. Visualmente, até que o filme é bonito, se permitindo um cenário menos realista que o mar de "Procurando Nemo".
Mais adequado para crianças maiores de seis anos (há lutas de espada violentas), "Sinbad" assume o caráter de fábula a ponto de apresentar uma deusa como uma das personagens principais e de mostrar a Terra plana. Um dos pontos altos é quando o barco de Sinbad chega ao "fim da Terra" e o mar se derrama no espaço.
Mas os personagens têm pouco charme. Principalmente porque, ao contrário dos cenários, fundos, e mesmo dos monstros, deslumbrantes, os desenhos do trio de heróis são artificiais, o que dificulta a identificação das crianças.
O mais estranho, talvez, seja a "fotografia" do filme. Explicando melhor: as sombras desenhadas nos rostos são excessivamente marcadas e terminam chamando mais atenção do que qualquer outra coisa. (PEDRO BUTCHER)


Sinbad: A Lenda dos Sete Mares
Sinbad: Legend of the Seven Seas
  
Produção: EUA, 2003
Direção: Patrick Gilmore e Tim Johnson
Onde: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Center Iguatemi e circuito



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