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PATRIMÔNIO
Evento em Ouro Preto e Mariana reúne shows de Elza Soares e Dominguinhos, oficinas de artes e palestras
Festival em Minas evoca o Brasil colonial
DA REPORTAGEM LOCAL
No último sábado, um concerto
na Igreja do Carmo lembrou os
200 anos da morte do compositor
barroco Lobo de Mesquita (1746-1805). Integrando o mesmo evento, shows de Elza Soares, Dominguinhos e Alaíde Costa tomam
praças e teatros públicos nas próximas semanas.
O Festival de Inverno de Ouro
Preto e Mariana, ou "Fórum das
Artes 2005", começou no último
dia 8 e vai até 31 deste mês nas
duas cidades históricas mineiras.
Com organização conjunta da
Universidade Federal de Ouro
Preto, de prefeituras municipais e
entidades não-governamentais, o
evento tem custo avaliado em R$ 1
milhão e espera receber 100 mil
pessoas durante todo o mês.
"Queremos avivar o interesse
pela cultura, incentivar a formação de público e pensar no patrimônio não só como algo natural
mas como elemento humano presente", disse o historiador Fábio
Faversani, 38, coordenador-geral
do festival.
A programação reúne 127
shows, peças e exposições, além
de 103 oficinas para adultos e
crianças nas áreas de artes cênicas, artes plásticas, música e patrimônio histórico. Criado em 1968,
o festival marca a vida da cidade e
exerce influência sobre diferentes
gerações: "Podemos dizer que o
grupo Galpão, o grupo Corpo e o
grupo Giramundo nasceram dos
festivais de Ouro Preto", conta Faversani.
Ao som dos sinos
Entre os destaques da programação estão as atividades envolvendo referências ao Brasil colonial. O toque e a linguagem dos sinos são tema do encontro "Fala
Sineiro", que, no dia 17 de julho,
reúne sineiros de cinco regiões de
Minas que ainda preservam técnicas tradicionais de badalo. Segundo Faversani, os sinos eram o jornal de outra época. "Através das
badaladas a população era informada sobre as festas, os nascimentos e as mortes", explica o
historiador.
Oferecida pela consagrada concertista de órgão Elisa Freixo, a
oficina de música mineira colonial busca estabelecer o contato
entre o público e os acervos de
música histórica preservados da
região. "No dia 22 vou dar um
concerto que privilegia a música
portuguesa, espanhola e brasileira", diz Elisa, que morou 18 anos
em Mariana, mora há seis meses
em Ouro Preto e é a encarregada
do Órgão da Sé (instrumento
tombado pelo patrimônio histórico que chegou ao Brasil em 1753).
Entre os palestrantes do evento
estão também nomes como o
produtor musical e colunista da
Folha Nelson Motta e o crítico literário João Adolfo Hansen.
A programação completa e o
formulário de inscrição das oficinas estão disponíveis no site do
evento (www.festivaldeinverno.ufop.br). Algumas oficinas já estão com as vagas esgotadas.
(GABRIELA LONGMAN)
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