São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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PATRIMÔNIO

Evento em Ouro Preto e Mariana reúne shows de Elza Soares e Dominguinhos, oficinas de artes e palestras

Festival em Minas evoca o Brasil colonial

DA REPORTAGEM LOCAL

No último sábado, um concerto na Igreja do Carmo lembrou os 200 anos da morte do compositor barroco Lobo de Mesquita (1746-1805). Integrando o mesmo evento, shows de Elza Soares, Dominguinhos e Alaíde Costa tomam praças e teatros públicos nas próximas semanas.
O Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, ou "Fórum das Artes 2005", começou no último dia 8 e vai até 31 deste mês nas duas cidades históricas mineiras. Com organização conjunta da Universidade Federal de Ouro Preto, de prefeituras municipais e entidades não-governamentais, o evento tem custo avaliado em R$ 1 milhão e espera receber 100 mil pessoas durante todo o mês.
"Queremos avivar o interesse pela cultura, incentivar a formação de público e pensar no patrimônio não só como algo natural mas como elemento humano presente", disse o historiador Fábio Faversani, 38, coordenador-geral do festival.
A programação reúne 127 shows, peças e exposições, além de 103 oficinas para adultos e crianças nas áreas de artes cênicas, artes plásticas, música e patrimônio histórico. Criado em 1968, o festival marca a vida da cidade e exerce influência sobre diferentes gerações: "Podemos dizer que o grupo Galpão, o grupo Corpo e o grupo Giramundo nasceram dos festivais de Ouro Preto", conta Faversani.

Ao som dos sinos
Entre os destaques da programação estão as atividades envolvendo referências ao Brasil colonial. O toque e a linguagem dos sinos são tema do encontro "Fala Sineiro", que, no dia 17 de julho, reúne sineiros de cinco regiões de Minas que ainda preservam técnicas tradicionais de badalo. Segundo Faversani, os sinos eram o jornal de outra época. "Através das badaladas a população era informada sobre as festas, os nascimentos e as mortes", explica o historiador.
Oferecida pela consagrada concertista de órgão Elisa Freixo, a oficina de música mineira colonial busca estabelecer o contato entre o público e os acervos de música histórica preservados da região. "No dia 22 vou dar um concerto que privilegia a música portuguesa, espanhola e brasileira", diz Elisa, que morou 18 anos em Mariana, mora há seis meses em Ouro Preto e é a encarregada do Órgão da Sé (instrumento tombado pelo patrimônio histórico que chegou ao Brasil em 1753).
Entre os palestrantes do evento estão também nomes como o produtor musical e colunista da Folha Nelson Motta e o crítico literário João Adolfo Hansen.
A programação completa e o formulário de inscrição das oficinas estão disponíveis no site do evento (www.festivaldeinverno.ufop.br). Algumas oficinas já estão com as vagas esgotadas.
(GABRIELA LONGMAN)

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