São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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LITERATURA
Evento reúne Cony, Suassuna, Pepetela e Ziraldo
Salão de livros em MG discute língua portuguesa em serraria

CYNARA MENEZES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Depois de São Paulo, Rio e Porto Alegre, é a vez de Belo Horizonte entrar a partir de hoje para o circuito das feiras de livros, com a abertura, pelo escritor e colunista da Folha Ariano Suassuna, do 1º Salão do Livro de Minas Gerais. Com 95 estandes, estará aberto ao público de amanhã até o dia 20.
De quebra, seus promotores -as secretarias Municipal e Estadual de Cultura- pretendem "internacionalizar" a cidade com um encontro de escritores de língua portuguesa, que traz como convidados autores expressivos dos países da comunidade lusófona, embora desconhecidos aqui.
Se nomes como o do angolano Pepetela ("A Geração da Utopia", Nova Fronteira) já são familiares, outros, como o de Leopoldo Amado, da Guiné Bissau, Teolinda Gersão, de Portugal, ou Vera Duarte, de Cabo Verde, soam como novidades do salão mineiro.
Também vai estar por lá a belga Irène Koenders, considerada uma das maiores tradutoras internacionais do português, com versões para o holandês de autores como a brasileira Lygia Bojunga Nunes e os portugueses Herberto Helder e Lídia Jorge.
Os convidados internacionais e os brasileiros -que reúnem Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar, Décio Pignatari, Ana Maria Machado, Marina Colasanti e Ziraldo, entre outros- vão participar de debates e encontros diários, sempre abertos ao público.
A entrada franca (ao contrário das bienais carioca e paulista) é apresentada pelos organizadores como um diferencial "democrático" da nova feira, cujas expectativas de público giram em torno de 200 mil pessoas.
"Há uma tradição de literatura muito forte em Minas, isso é fato. Temos romancistas, ensaístas. Poetas, então, nem se fala", diz a curadora, Maria Antonieta Cunha, do Departamento de Letras da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
Segundo a curadora, é a primeira vez que a cidade tem um salão com estas proporções. "Sempre me intrigou que Minas ainda não tivesse um salão de livros importante", diz. "Acho que tinha de haver uma sintonia entre as pessoas que fazem cultura, como agora", afirma. Na organização do salão, prefeitura e Estado, embora governados por partidos diferentes, uniram esforços.
Haverá ainda oficinas, exposições, shows e uma mostra de filmes feitos a partir de livros. Entre eles, "Vidas Secas" (63), de Nelson Pereira dos Santos, baseado em Graciliano Ramos, e "Lição de Amor" (75), de Eduardo Escorel, adaptação de "Amar, Verbo Intransitivo", de Mário de Andrade.
Os eventos acontecem principalmente na serraria Souza Pinto, restaurada pelo governo para se tornar um espaço cultural, onde está instalada a sede do salão. Mais informações pela Internet no site www.salaodolivro.com.br.


Evento: 1º Salão do Livro de Minas Gerais e Seminário de Literaturas em Língua Portuguesa Quando: hoje, às 18h30 (só para convidados); de amanhã até 20 de agosto, das 10h às 22h Onde: serraria Souza Pinto (av. Assis Chateaubriand, 809, Belo Horizonte, MG, tel. 0/xx/31/ 296-3001) Quanto: entrada franca

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