|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LITERATURA
Evento reúne Cony, Suassuna, Pepetela e Ziraldo
Salão de livros em MG discute língua portuguesa em serraria
CYNARA MENEZES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Depois de São Paulo, Rio e Porto Alegre, é a vez de Belo Horizonte entrar a partir de hoje para o
circuito das feiras de livros, com a
abertura, pelo escritor e colunista
da Folha Ariano Suassuna, do 1º
Salão do Livro de Minas Gerais.
Com 95 estandes, estará aberto ao
público de amanhã até o dia 20.
De quebra, seus promotores
-as secretarias Municipal e Estadual de Cultura- pretendem
"internacionalizar" a cidade com
um encontro de escritores de língua portuguesa, que traz como
convidados autores expressivos
dos países da comunidade lusófona, embora desconhecidos aqui.
Se nomes como o do angolano
Pepetela ("A Geração da Utopia",
Nova Fronteira) já são familiares,
outros, como o de Leopoldo
Amado, da Guiné Bissau, Teolinda Gersão, de Portugal, ou Vera
Duarte, de Cabo Verde, soam como novidades do salão mineiro.
Também vai estar por lá a belga
Irène Koenders, considerada uma
das maiores tradutoras internacionais do português, com versões para o holandês de autores
como a brasileira Lygia Bojunga
Nunes e os portugueses Herberto
Helder e Lídia Jorge.
Os convidados internacionais e
os brasileiros -que reúnem Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar,
Décio Pignatari, Ana Maria Machado, Marina Colasanti e Ziraldo, entre outros- vão participar
de debates e encontros diários,
sempre abertos ao público.
A entrada franca (ao contrário
das bienais carioca e paulista) é
apresentada pelos organizadores
como um diferencial "democrático" da nova feira, cujas expectativas de público giram em torno de
200 mil pessoas.
"Há uma tradição de literatura
muito forte em Minas, isso é fato.
Temos romancistas, ensaístas.
Poetas, então, nem se fala", diz a
curadora, Maria Antonieta Cunha, do Departamento de Letras
da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
Segundo a curadora, é a primeira vez que a cidade tem um salão
com estas proporções. "Sempre
me intrigou que Minas ainda não
tivesse um salão de livros importante", diz. "Acho que tinha de
haver uma sintonia entre as pessoas que fazem cultura, como
agora", afirma. Na organização
do salão, prefeitura e Estado, embora governados por partidos diferentes, uniram esforços.
Haverá ainda oficinas, exposições, shows e uma mostra de filmes feitos a partir de livros. Entre
eles, "Vidas Secas" (63), de Nelson Pereira dos Santos, baseado
em Graciliano Ramos, e "Lição de
Amor" (75), de Eduardo Escorel,
adaptação de "Amar, Verbo Intransitivo", de Mário de Andrade.
Os eventos acontecem principalmente na serraria Souza Pinto,
restaurada pelo governo para se
tornar um espaço cultural, onde
está instalada a sede do salão.
Mais informações pela Internet
no site www.salaodolivro.com.br.
Evento: 1º Salão do Livro de Minas
Gerais e Seminário de Literaturas em
Língua Portuguesa
Quando: hoje, às 18h30 (só para
convidados); de amanhã até 20 de
agosto, das 10h às 22h
Onde: serraria Souza Pinto (av. Assis
Chateaubriand, 809, Belo Horizonte, MG,
tel. 0/xx/31/ 296-3001)
Quanto: entrada franca
Texto Anterior: Festival de Salzburgo: Apresentação de "Tristão e Isolda" constrói arte globalizante Próximo Texto: Televisão: "Revista" traz os bastidores de "Eu Tu Eles" Índice
|