DA REPORTAGEM LOCAL

Híbrido de área residencial e comercial, entroncamento de ligação entre outras regiões da cidade, corredor de circulação diário de milhares de pessoas, o bairro de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), precisamente a zona mais pobre do largo da Batata, ganha no próximo sábado, dia 18, o novo complexo cultural da cidade, o Sesc Pinheiros, maior equipamento urbano da rede.
A unidade, pontapé da expansão da rede Sesc programada para os próximos anos, surpreende pela área -são 36.615 m2 de construção, divididos em 13 pavimentos, cinco deles subterrâneos.
O diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, justifica a escolha da região por sua característica de "subcentro". "Pinheiros é uma região importante de ligação com a zona sul e com a zona oeste. Também há muitos meios de transporte, comércio e atividades culturais. Ali nasceram e deverão nascer vários empreendimentos voltados para a cultura", diz, destacando o Instituto Tomie Ohtake, o CCB (Centro de Cultura Britânica) e a Fnac.
As instalações culturais do Sesc Pinheiros são formadas por um auditório para 98 pessoas, voltado para apresentações de música e peças, palestras e seminários; pela sala Internet Livre, com 32 computadores, equipamentos de som e vídeo e "web-djs", recrutados para desenvolver a programação do local; por uma oficina de 350 m2 voltada para cursos de arte; por uma sala de leitura e jogos, onde devem ser realizados saraus literários; por uma sala de exposições com área de 210 m2; por duas salas de múltiplo uso; e pelo teatro de 1.010 lugares, carro-chefe do equipamento.
Quando teatros cada vez menores formam a tendência das artes cênicas, Miranda argumenta a favor das novas instalações afirmando que "faltava um grande teatro para concerto ou para qualquer outra atividade voltada para um público numeroso com acessibilidade universal, tanto financeira, quanto física". O novo espaço, em tamanho, fica atrás do Teatro Abril, com 1.500 lugares, e do Municipal, com 1.464.
Segundo Miranda, o modelo do novo Sesc é similar ao equipamento da Vila Mariana e da Consolação. "Na programação, seguimos a mesma linha de atuação que temos em todas as unidades, privilegiando o novo", completa.
No primeiro fim de semana de funcionamento, como parte da programação de abertura, serão realizadas apresentações artísticas, de música popular e erudita, demonstrações de esportes e ginástica com astros olímpicos -Daiane dos Santos deve conduzir uma oficina no domingo.
No sábado, às 20h, a banda Mantiqueira e a Orquestra Jazz Sinfônica com regência de Nelson Ayres abrem o teatro da unidade com um espetáculo que conta ainda com João Bosco, Lenine, Rosa Passos e Zélia Duncan. A entrada é franca, e senhas serão distribuídas para o público.
O Sesc Pinheiros é o primeiro de uma série de inaugurações programadas pelo grupo em São Paulo. A região de Santana deve ganhar, no início do ano que vem, uma nova unidade, que está em fase final de construção.
O Sesc Belenzinho entrou na lista e deve ser reformulado. A reforma consiste na transferência da sede do Sesc da avenida Paulista para o local. Segundo Danilo Miranda, o plano é que na atual sede funcione também uma unidade, "com piscinas, ginásios e teatros".
O Sesc planeja novas unidades ainda na região de Bom Retiro-Campos Elíseos e na rua 24 de maio, no prédio onde funcionava a antiga Mesbla.
Na grande São Paulo, Guarulhos recebe uma unidade, e no interior, Sorocaba e Jundiaí.