São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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ERUDITO
Soprano Sumi Jo se apresenta hoje no Teatro Municipal de São Paulo
Coreana canta árias italianas regidas por Karabtchevsky

IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha

Os Patronos do Teatro Municipal trocaram o peso pela leveza em sua temporada. Com o cancelamento da turnê da soprano russa Galina Gorchakova, entra no lugar a coreana Sumi Jo.
Se Gorchakova é classificada como soprano dramático, ideal para papéis pesados, Sumi Jo é soprano coloratura, com uma voz bem mais ligeira, adequada para música ornamentada e cheia de agudos.
Descoberta por Herbert von Karajan nos anos 80, Sumi tem cantado regularmente no Metropolitan de Nova York. Acompanhada pela Sinfônica Municipal, regida por Isaac Karabtchevsky, ela mostra em São Paulo um programa com seis árias italianas, de Rossini, Bellini, Mozart e Verdi.
Antes de vir ao Brasil, Sumi grava, em Paris, com acompanhamento de piano, pelo selo Erato, o CD "La Promessa", um painel em canções em italiano.
De Roma, Sumi falou à Folha, em italiano, sobre sua turnê brasileira, que chega hoje a São Paulo.

Folha - Além de "La Promessa", você vai gravar um disco de árias francesas com orquestra e outro com obras de Johann Strauss pai e filho. Isso acontece em uma época em que todos se queixam do mercado fonográfico. O que acontece?
Sumi Jo -
Sei que a crise existe, especialmente na música clássica. Eu, por sorte, não tenho tido esse tipo de problema. Meus discos vendem muito bem, principalmente no Oriente. Por isso, minha gravadora, a Erato, está sempre interessada em mais.
Folha - Conte a história de sua descoberta por Karajan.
Sumi -
Conheci o maestro Karajan em 89. Ele quis me escutar porque minha estréia italiana, com "Rigoletto", teve um sucesso enorme. O maestro me chamou ao Festival de Salzburgo, na Áustria, onde fiz uma audição, e ele logo me ofereceu para gravar, com ele e Plácido Domingo, a ópera "Un Ballo in Maschera". Para mim, foi inesquecível; eu era muito jovem, e foi como um sonho, porque ele é um autêntico rei da música.
Folha - No Brasil, você canta a ária "Una Voce Poco Fa", da ópera "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini. Acontece que esse papel, que você já cantou inteiro, costuma ser entregue a mezzo-sopranos.
Sumi -
Estou convencida de que é melhor Rosina ser cantada por uma soprano, porque, como personagem, ela tem que ser muito espevitada, e isso cai melhor em uma voz de soprano do que na voz escura e pesada das mezzo-sopranos.
²
Concerto: Orquestra Sinfônica Municipal Soprano: Sumi Jo
Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, 254, tel. 011/222-3256) Quando: hoje, às 21h
Quanto: de R$ 5 a R$ 70




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