|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ERUDITO
Soprano Sumi Jo se apresenta hoje no Teatro Municipal de São Paulo
Coreana canta árias italianas regidas por Karabtchevsky
IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha
Os Patronos do Teatro Municipal trocaram o peso pela leveza em
sua temporada. Com o cancelamento da turnê da soprano russa
Galina Gorchakova, entra no lugar
a coreana Sumi Jo.
Se Gorchakova é classificada como soprano dramático, ideal para
papéis pesados, Sumi Jo é soprano
coloratura, com uma voz bem
mais ligeira, adequada para música ornamentada e cheia de agudos.
Descoberta por Herbert von Karajan nos anos 80, Sumi tem cantado regularmente no Metropolitan
de Nova York. Acompanhada pela
Sinfônica Municipal, regida por
Isaac Karabtchevsky, ela mostra
em São Paulo um programa com
seis árias italianas, de Rossini, Bellini, Mozart e Verdi.
Antes de vir ao Brasil, Sumi grava, em Paris, com acompanhamento de piano, pelo selo Erato, o
CD "La Promessa", um painel em
canções em italiano.
De Roma, Sumi falou à Folha, em
italiano, sobre sua turnê brasileira,
que chega hoje a São Paulo.
Folha - Além de "La Promessa",
você vai gravar um disco de árias
francesas com orquestra e outro
com obras de Johann Strauss pai e
filho. Isso acontece em uma época
em que todos se queixam do mercado fonográfico. O que acontece?
Sumi Jo - Sei que a crise existe, especialmente na música clássica.
Eu, por sorte, não tenho tido esse
tipo de problema. Meus discos
vendem muito bem, principalmente no Oriente. Por isso, minha
gravadora, a Erato, está sempre interessada em mais.
Folha - Conte a história de sua
descoberta por Karajan.
Sumi - Conheci o maestro Karajan em 89. Ele quis me escutar porque minha estréia italiana, com
"Rigoletto", teve um sucesso enorme. O maestro me chamou ao Festival de Salzburgo, na Áustria, onde fiz uma audição, e ele logo me
ofereceu para gravar, com ele e
Plácido Domingo, a ópera "Un Ballo in Maschera". Para mim, foi
inesquecível; eu era muito jovem, e
foi como um sonho, porque ele é
um autêntico rei da música.
Folha - No Brasil, você canta a
ária "Una Voce Poco Fa", da ópera
"O Barbeiro de Sevilha", de Rossini. Acontece que esse papel, que
você já cantou inteiro, costuma ser
entregue a mezzo-sopranos.
Sumi - Estou convencida de que é
melhor Rosina ser cantada por
uma soprano, porque, como personagem, ela tem que ser muito espevitada, e isso cai melhor em uma
voz de soprano do que na voz escura e pesada das mezzo-sopranos.
²
Concerto: Orquestra Sinfônica Municipal
Soprano: Sumi Jo
Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça.
Ramos de Azevedo, 254, tel. 011/222-3256)
Quando: hoje, às 21h
Quanto: de R$ 5 a R$ 70
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|