do enviado especial

"O Vento nos Levará", do iraniano Abbas Kiarostami, e "Nenhum a Menos", do chinês Zhang Yimou, são os grandes favoritos para receber, na noite de hoje, o Leão de Ouro deste ano.
O filme de Yimou, sobre a evasão escolar, conquistou maior aplauso popular e crítico, mas pesa contra Yimou o fato de já ter vencido o festival em 1992 ("A História de Qiu Ju").
Correndo por fora, estaria "Holy Smoke", da neozelandesa Jane Campion. Irregular e estereotipado, não merece vencer. Mas pode passar por anárquico e agradar o presidente do júri, Emir Kusturica ("Underground"). Além dele, o júri é formado por Marco Bellochio, Maggie Cheung, Jonathan Coe, Jean Douchet, Shouzou Ichiyama, Arturo Ripstein e Cindy Sherman. O perfil nada tem de conservador.
O Grande Prêmio do Júri deve ficar com um dos acima citados que não tiver levado o troféu principal. O prêmio de melhor diretor cairia como uma luva para Kiarostami, mas ficaria igualmente bem nas mãos do Mike Leigh de "Topsy-Turvy".
A Copa Volpi de melhor ator deve ficar com o francês Fabrice Luchini ("Nenhum Escândalo"). A de atriz deve ir para Melanie Griffith (Crazy in Alabama) ou Nathalie Baye (Uma Relação Pornográfica). A estreante coreana Kim Tea Yeon (Mentiras) deve levar o Prêmio Marcello Mastroianni para ator ou atriz revelação.
O prêmio mais político, a Medalha de Ouro do Senado, pode ir para o polonês "Uma Semana na Vida de Um Homem", de Jerzy Stuhr, ou para "Dezessete Anos" do chinês Zhang Yuan.
O ator e cineasta Jerry Lewis recebe das mãos de Martin Scorsese o Leão de Ouro especial pela carreira. (AL)


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